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Dólar fecha em queda após alta dos juros nos EUA

A moeda americana recuou 1,84% e foi vendida a R$ 5,25, depois de oscilar entre R$ 5,24 e R$ 5,35; a cotação desta sessão é a menor desde 8 de julho

Dólar

O dólar acelerou a queda após elevação dos juros nos EUA e fala do presidente do Fed | Foto: Getty Images

O dólar fechou em baixa nesta quarta-feira em dia de decisão de juros nos Estados Unidos. A moeda americana recuou 1,84% e foi vendida a R$ 5,25, depois de oscilar entre R$ 5,24 e R$ 5,35. A cotação desta sessão é a menor desde 8 de julho.

Com o resultado, o dólar acumula alta de 0,40% no mês. No ano, com o desempenho desta quarta-feira, se desvaloriza quase 6%.

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Nesta quarta-feira, o Federal Reserve (Fed, banco central americano) anunciou uma alta de 0,75 ponto percentual, em vez de cenário de 1 ponto percentual completo, uma vez que dados de preços de junho vieram melhores do que o esperado. Com isso, o intervalo de juros nos Estados Unidos passou para 2,25% a 2,50% ao ano.

Em ata, o comitê informou que busca alcançar o máximo de emprego e uma inflação em 2% no longo prazo. “O Comitê está fortemente comprometido em devolver a inflação à meta de 2%. O Comitê está preparado para ajustar a orientação da política monetária caso surjam riscos que possam impedir a consecução dos objetivos do Comitê”, informou.

Para Marcelo Oliveira, fundador da Quantzed, o Fed divulgou um discurso duro destacando a preocupação com a inflação. “Mesmo com dados de atividades mais leves tanto de gastos e produção, o mercado de trabalho está muito aquecido com taxa de desemprego baixa e com a inflação permanecendo elevada”, disse Oliveira. “Além disso, a guerra entre Rússia e Ucrânia continuam criando forte pressão na inflação. Então, o FED continuará atento aos dados de inflação e possivelmente teremos próximas altas.” 

Para ele, este aumento já estava precificado e não surpreende o mercado. “A decisão deixou o S&P animado. O dólar cai frente aos pares com as apostas de que a taxa final não será mais 3.5/4.0 e sim algo entre 3.0/3.5. Devemos ter alta em 50 p.p na próxima reunião”, disse Oliveira.

“A queda vem de um movimento bem normal de mercado, visto que correções ao longo da trajetória são bem normais, ainda porque a valorização do dólar nestes últimos três meses foi atípica”, disse Marcus Labarthe, sócio-fundador da GT Capital Investimentos. “Os países exportadores foram os que menos sofreram pela valorização das commodities que auxiliavam, porém estamos vendo que a queda nas commodities agora faz caminho inverso.”

O minério de ferro negociado em Qingdao, na China, fechou estável nesta quarta-feira, 27, cotado exatamente no mesmo preço da véspera, a US$ 112,04 por tonelada, de acordo com a Fastmarket. No mercado futuro em Dalian, o contrato com entrega para setembro registrou alta de 2,41%, a 744,50 yuans, o equivalente a US$ 110,26 a tonelada.

Segundo Labarthe, enquanto o risco de uma recessão mundial persiste, com uma economia europeia fraca e preocupações com o aumento da tensão entre China e Taiwan, o mercado acaba realizando lucros no dólar, o que faz o real se valorizar frente à moeda. “Ainda assim, o indicador da força do dólar segue forte”, disse.

No mercado doméstico, os investidores ainda estão cautelosos quanto ao controle fiscal do governo após a aprovação da PEC das Bondades, ou PEC Kamikaze, que elevou as despesas do governo em mais de R$ 40 bilhões acima do teto.

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