Dólar fecha praticamente estável em dia volátil
O dólar foi vendido a R$ 5,11, depois de oscilar entre R$ 5,08 e R$ 5,14; com isso, acumula queda de 1,10% na semana, e de 1,23% no mês
25/08/2022Após uma sessão de “sobe e desce”, o dólar fechou perto da estabilidade com leve alta após dados econômicos nos Estados Unidos indicarem retração da maior economia do mundo e de incentivos econômicos na China.
O dólar avançou 0,02% e foi vendido a R$ 5,11, depois de oscilar entre R$ 5,08 e R$ 5,14. Com o resultado desta sessão volátil, a moeda americana acumula queda de 1,10% na semana, e de 1,23% no mês. No ano, o dólar tem desvalorização de 8,33% frente ao real.
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A alta dos preços das commodities, principalmente o minério de ferro, ajudou a estabilizar a cotação da moeda americana nesta sessão. O Conselho de Estado da China anunciou novas medidas de estímulo à economia, para retomar das cadeias produtivas e manter a produção, além de aquecer o consumo. O novo pacote de incentivo jogará 300 bilhões de yuans (US$ 44 bilhões) na economia chinesa, segundo a mídia estatal.
O contrato futuro de minério de ferro mais negociado, para entrega em janeiro, na Dalian Commodity Exchange subiu 2,1%, para 721,50 yuans (US$ 105,38) a tonelada, seu maior nível desde 17 de agosto.
Na Bolsa de Cingapura, o contrato de outubro mais negociado também atingiu seu maior nível desde 17 de agosto, mas encerrou em queda de 0,5%, a 103,15 dólares a tonelada.
Segunda leitura do PIB dos Estados Unidos confirma retração
Os rumos do PIB dos Estados Unidos causam temores no mercado financeiro e uma procura maior por ativos seguros, como a moeda americana.
O Departamento do Comércio americano divulgou nesta manhã a segunda leitura do Produto Interno Bruto (PIB) dos Estados Unidos no segundo trimestre. De acordo com os dados, a economia americana retraiu 0,6% no período, ante estimativa do mercado de queda de 0,5%.
A leitura anterior foi de recuo de 1,6% na comparação com o trimestre anterior. A expectativa era de queda de 0,8%.
Além disso, os investidores também monitoraram as reuniões no simpósio anual do Federal Reserve (Fed, banco central americano), em Jackson, que começou nesta quinta-feira e terá discurso do seu presidente, Jerome Powell, na sexta-feira.
Entre investidores e analistas, a ansiedade pelo simpósio de Jackson Hole é grande. Eles buscam sinais para o processo de aperto das condições financeiras nas principais economias, sob o temor de recessão à vista.
Neste evento, o mercado espera ter indicações de quão forte será a subida da taxa de juros americana na próxima reunião de setembro. As apostas variam entre uma alta de 0,50 pontos percentuais e de 0,75 p.p.
Segundo Idean Alves, sócio e chefe da mesa de operações da Ação Brasil, os investuidores ficaram de “bom humor” após algumas falas de integrantes do Fed no simpósio. O presidente do órgão da Filadélfia, Patrick Harker, por exemplo, defendeu que a autoridade suba os juros a um patamar “restritivo” e os mantenha neste nível “por algum tempo”.
“O que significa que o Fed pode não ter que fazer altas mais expressivas, e sim que faça mais uma alta de 0,75%”, disse Alves. “E, se necessário, altas moderadas e por mais tempo ao invés de um choque de juros com altas mais intensas, o que o mercado vê como positivo por não ter que deprimir a economia nem gerar uma recessão forte para o controle da inflação, o que sinaliza que a busca pelo soft landing (pouso suave) continua.”