Temor de recessão nos EUA faz dólar renovar maior alta global em duas décadas
A divisa subiu 0,71% e foi vendida a R$ 5,23, depois de oscilar entre R$ 5,14 e R$ 5,25; com isso, o dólar acumula desvalorização de 6% no ano
01/09/2022A corrida por ativos ligados ao dólar levou a moeda americana a renovar a maior alta mundial em duas décadas. O índice DXY, que compara o dólar às principais moedas, avançou aos 109,7 pontos, maior patamar para um fechamento diário desde junho de 2002. Contaminada pelo mau humor externo, a taxa de câmbio brasileira avançou 0,71%, com o dólar comercial cotado a R$ 5,2380.
Ontem, a cotação chegou na máxima do dia a R$ 5,2580. Os investidores se mostram preocupados com o risco de recessão e isso estimula a busca por segurança nos títulos do Tesouro dos Estados Unidos.
Na semana passada, o presidente do Fed (Federal Reserve, o banco central americano) afirmou que os americanos estão caminhando para um período doloroso de crescimento econômico lento e possivelmente aumento do desemprego. O Fed deve manter a política de elevação dos juros para conter a maior inflação no país em quatro décadas.
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Nesta quinta-feira, foi divulgado o índice de gerentes de compras (PMI, na sigla em inglês) industrial da zona do euro que caiu de 49,8 em julho para 49,6 em agosto, atingindo o menor patamar em 26 meses, segundo pesquisa final divulgada nesta quinta-feira pela S&P Global.
O resultado abaixo da barreira de 50 mostra que a atividade manufatureira do bloco se contraiu pelo segundo mês consecutivo. A leitura definitiva ficou ligeiramente abaixo da estimativa preliminar de agosto e também da previsão de analistas consultados pelo The Wall Street Journal, de 49,7 em ambos os casos.
Na China, o PMI também não foi animador. O índice caiu em território de contração em agosto, quando os surtos de covid-19 e uma crise de energia causada pelo calor extremo e a seca dificultaram a recuperação econômica do país.
O PMI da Caixin caiu de 50,4 em julho para 49,5 em agosto, ficando abaixo da marca de 50 pontos que separa contração de expansão, de acordo com dados divulgados pela Caixin Media e S&P Global. A leitura aponta para a mesma direção do indicador oficial concorrente divulgado ontem, que se contraiu pelo segundo mês consecutivo para 49,4.
Resultado do PIB dá alívio ao câmbio e seguram queda do dólar
No Brasil, os dados positivos do Produto Interno Bruto (PIB) deram um alívio ao mercado de câmbio. O PIB cresceu 1,2% no segundo trimestre deste ano frente ao trimestre anterior. É o quarto resultado positivo consecutivo do indicador após o recuo de 0,3% no segundo trimestre do ano passado. O PIB, que é a soma dos bens e serviços finais produzidos no Brasil, chegou a R$ 2,404 trilhões em valores correntes.
Esse resultado fez a economia brasileira avançar 2,5% no primeiro semestre do ano. Com isso, a atividade econômica do país está 3,0% acima do patamar pré-pandemia, registrado no quarto trimestre de 2019, e atinge o segundo patamar mais alto da série, atrás apenas do alcançado no primeiro trimestre de 2014. Os dados são do Sistema de Contas Nacionais Trimestrais, do IBGE.