Dólar volta a cair após abrir em alta com tensão pré-Fed
Às vésperas da reunião do Federal Reserve, na semana que vem, dólar enfrenta pressão externa e preocupações com a situação fiscal no Brasil
21/01/2022O dólar devolveu a alta intradia e passou a cair chegando à mínima a R$ 5,41015 (queda de 0,11%) ao meio dia. No mercado futuro, o dólar para fevereiro virou para o lado negativo também, com mínima a R$ 5,4210. A moeda havia iniciado a sexta-feira em alta após cair 2,65% nos últimos dois dias.
Operadores de câmbio afirmam que tem continuidade o desmonte de posições defensiva no mercado futuro e os ingressos de fluxo cambial em meio à queda das bolsas no exterior e a abertura há pouco dos mercados à vista em Nova York em terreno negativo.
A fraqueza do dólar ignora o anúncio dos servidores do Banco Central de uma nova paralisação na manhã de 9 de fevereiro, com alerta de que poderá afetar manutenção de sistemas e informações ao SFN, e sinalização de greve a partir de 9 de março.
Os investidores adotam cautela fiscal em meio a incertezas locais em torno da sanção do Orçamento de 2022 e sobre os preços dos combustíveis no País.
No exterior, também predomina uma postura mais defensiva e as bolsas internacionais recuam em meio à demanda por Treasuries, cujos preços sobem e suas taxas de retorno caem, antes da reunião do política monetária do Federal Reserve, na próxima semana.
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A expectativa quase consensual do mercado é que o BC dos EUA não deve alterar a política monetária agora, mas sim na próxima reunião, de março, em resposta à persistência da inflação no país.
Mas cortes de juros adicionais na China, divulgados hoje, ajudam para a valorização de algumas moedas emergentes e ligadas a commodities frente o dólar no mercados de moedas e o euro também sobe ante a divisa americana.
Orçamento e combustíveis afetam cotação do dólar
O presidente Jair Bolsonaro deve decidir hoje sobre a sanção do Orçamento de 2022. Bolsonaro precisa decidir se concederá ou não aumento salarial apenas para os policiais neste ano e também sobre o corte das emendas parlamentares para cobrir o furo de R$ 9 bilhões na peça orçamentária.
Discussões políticas visando baixar os preços dos combustíveis também estão no radar. Um operador de câmbio afirma que a proposta de isenção de tributos PIS-Cofins sobre combustíveis e energia elétrica em estudo pode ter efeito muito negativo sobre a arrecadação do governo federal em relação ao benefício tributário previsto aos consumidores por meio a queda de preços da gasolina, diesel e etanol.
Fonte da equipe econômica calcula que o impacto de queda na arrecadação pode chegar a um total de R$ 57 bilhões ou mais, com eventual isenção de tributos federais sobre combustíveis e energia elétrica. No caso dos combustíveis, a redução de preços aos consumidores poderia ficar em R$ 0,18 a R$ 0,20 no litro da gasolina, diesel e etanol. Às 12h20 o dólar era cotado a R$ 5,42, com alta de 0,13%.