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Emergentes enfrentam aperto monetário e desaceleração do crescimento

Cenário para os países emergentes torna-se mais desafiador e gera cautela quanto ao desempenho de suas economias

Juros emergentes

Complicada mistura entre escalada inflacionária, alta de juros e menor crescimento chinês afeta emergentes | Foto: Getty Images

Desde abril, quando ficou claro que o Federal Reserve iria intensificar o aperto monetário, o índice MSCI das moedas emergentes registrou queda de mais de 4%, traduzido como uma desvalorização dessas moedas frente ao dólar. Mais recentemente, a expectativa de arrefecimento do crescimento chinês acrescentou um obstáculo a mais para a performance dos mercados emergentes.

A elevação da taxa de juros americana para conter alta inflacionária pressiona o fluxo de saída de dólares dos países emergentes, que passam a ficar menos atrativos para os investidores. A lógica do investidor é aplicar o capital no sistema financeiro americano (considerado mais seguro) de forma a capturar os ganhos com a abertura da taxa de juros. Até então, o que suavizou a saída de dólares foi a atuação dos bancos centrais das economias emergentes, que já vinham elevando os juros.

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Economias exportadoras de commodities, inclusive, chegaram a apresentar valorização de sua moeda frente ao dólar, após a escalada de preços ocasionada pela guerra na Ucrânia. Esse é o caso, por exemplo, do Brasil, que além da atuação do Banco Central para frear a inflação, se beneficiou do seu perfil exportador de grãos e minerais.

Crescimento menor da China complica emergentes

A Índia, diferentemente, é uma economia emergente importadora de commodity, e o impacto na moeda local chegou ao ponto de precisar da intervenção do banco central.

A China adota uma rígida política de controle do coronavírus, através de lockdowns em locais com registro de contaminação. Por conta disso, fábricas e centros comerciais foram paralisados, gerando problemas de abastecimento para a cadeia produtiva global e reduzindo o consumo interno. O resultado, é a queda nas exportações, desvalorização da moeda local frente ao dólar e menor expectativa do crescimento do PIB.

Em resumo, há uma complicada mistura entre escalada inflacionária, alta de juros e menor crescimento chinês. Soma-se a isso os efeitos da guerra na Ucrânia, que até o momento não sinaliza avanço nas negociações. Assim, o cenário para os países emergentes torna-se mais desafiador e gera cautela quanto ao desempenho de suas economias.

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