Emprego no agronegócio volta a crescer
Pesquisa indica que a população ocupada no campo cresceu 1,3% no terceiro trimestre, após fase aguda da crise entre junho e abril
05/01/2021O mercado de trabalho no agronegócio apresenta sinais de recuperação após a fase mais aguda da crise provocada pela pandemia, segundo informações do Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (Cepea/Esalq/USP).
A população ocupada no agronegócio no terceiro trimestre de 2020 cresceu 1,3% em comparação com o trimestre anterior. o que equivale a 217 mil trabalhadores contratados.
Com isso a população ocupada no agronegócio totaliza 16,94 milhões de pessoas, segundo a pesquisa.
No mesmo período, o número total de ocupados no Brasil foi em sentido contrário, com queda de 1,06%, ou cerca de 883 mil pessoas.
Segundo pesquisadores do Cepea, esse comportamento é um indicativo de recuperação no mercado de trabalho do agronegócio após o período considerado, até então, o mais crítico em termos dos efeitos da pandemia de covid-19 sobre o setor, especialmente de abril a junho.
A participação do agronegócio no mercado de trabalho brasileiro alcançou 20,5% no terceiro trimestre de 2020.
Ao se comparar o terceiro trimestre de 2020 com o mesmo período de 2019, houve queda expressiva no número de ocupados no agronegócio, de 7,58%, o equivalente a 1,39 milhão de pessoas.
A redução foi a mais expressiva desde o início da série histórica do Cepea, em 2012, considerando a comparação entre o terceiro trimestre em relação ao mesmo período do ano anterior.
Dados divulgados no fim do ano passado geraram uma perspectiva positiva para o mercado de trabalho em 2021. Na avaliação da equipe de Macroeconomia do Banco Safra, a recuperação do emprego, na esteira da retomada da atividade econômica, será determinante para mitigar o impacto do fim do auxílio emergencial na renda das famílias. Isso deverá estimular o consumo e evitar uma parada brusca na trajetória de recuperação do crescimento econômico doméstico.
Confira aqui a análise do Banco Safra para o emprego em 2021.
População ocupada no Brasil
No caso da população ocupada brasileira total, a comparação entre o terceiro trimestre de 2020 e o mesmo período de 2019, a baixa foi mais intensa, de 12,09%, o equivalente a 11,34 milhões de pessoas.
Pesquisadores do Cepea explicam que as reduções mais significativas de julho a setembro em 2020 ante mesmo período de 2019 foram para trabalhadores com menores níveis de escolaridade e para mulheres.
Setorialmente, as perdas mais acentuadas no número de ocupações ocorreram na agroindústria e nos agrosserviços. “Por serem comportamentos atípicos ou de magnitude mais elevada do que a usual, é provável que essas perdas estejam, em partes, relacionadas à crise da covid-19”, diz o Cepea.
Em relação aos rendimentos mensais, entre os terceiros trimestres de 2019 e de 2020, houve aumento real na média para os empregados (4,8%) e para os empregadores (5,7%); mas queda para trabalhadores por conta própria (4,2%). Em parte, “as altas também podem ser explicadas pela saída do mercado de trabalho, diante da pandemia, de trabalhadores mais vulneráveis e que recebiam salários menores”, conclui o Cepea.
(Agência Estado)