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Dados de desmatamento são chave na hora de investir

Estudo da Coalizão Brasil, Clima, Florestas e Agricultura mostra que 90% das grandes empresas leva informações em consideração

Foto aérea de desmatamento na Amazônia, onde empresas tomam decisões de investir

Quase 60% dos participantes do estudo usam informações de órgãos oficiais como o Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe) | Foto: Getty Images

Levantamento feito pela Coalizão Brasil, Clima, Florestas e Agricultura mostra que o setor privado está utilizando dados sobre desmatamento no momento de investir.

Pesquisa feita pela entidade revelou que 90% dos executivos já utilizam dados de desmatamento para tomar decisões para investir em seus negócios, informou a Coalizão em nota.

“Esse resultado mostra que o desmatamento deixou de ser apenas um ponto de atenção para se tornar um balizador de decisões de negócio dentro de uma importante fatia do setor agroindustrial e florestal no Brasil”, disse a líder da Força-Tarefa Dados de Desmatamento da Coalizão Brasil, Paula Bernasconi.

O estudo foi feito com representantes de 60 diferentes organizações que lidam diretamente com o tema no setor privado. Entre elas estão empresas agroindustriais e florestais, consultorias especializadas nesses setores, instituições financeiras, institutos de pesquisa e órgãos governamentais e não governamentais.

A Coalizão Brasil, Clima, Florestas e Agricultura é formada por 300 representantes do agronegócio, setor financeiro, sociedade civil e academia.

Utilidade dos dados de desmatamento para investir

A pesquisa revelou também que a maior consulta dos dados de desmatamento é feita para investir na implantação de novos negócios ou operações (64%), monitoramento de fornecedores (36%), monitoramento das áreas produtivas de propriedade da empresa (25%), avaliação de risco de crédito (23%) e monitoramento da carteira de crédito (20%).

“Foram mencionados também o uso para estimar emissões de gases de efeito estufa, analisar riscos regionais de desmatamento, construir argumentos de comunicação e posicionamentos institucionais e elaborar cenários de expansão da soja e da pecuária”, afirmou a Coalizão, em nota.

Um a cada quatro executivos (24%) que responderam o levantamento afirmou que utiliza os dados sobre desmatamento diariamente e outros 25% disseram que recorrem mensalmente aos dados, conforme dados da Coalizão.

Sobre as fontes de dados, 58% dos participantes disseram que utilizam informações de órgãos oficiais como as produzidas pelo Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe).

O levantamento também abordou as dificuldades encontradas pelas empresas no uso desses dados.

As mais citadas pelos executivos foram: a ausência de informações para verificar a legalidade do desmatamento; a dificuldade do cruzamento de dados de desmatamento com outras informações, como dados de atividades produtivas específicas ou de financiamento bancário; e o desafio de obter informações sobre o ocupante (CPF/CNPJ) das áreas com desmatamento. (AE)

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