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Energia limpa deve ter triplo de investimento para zerar emissões em 2050

Agência Internacional de Energia diz que investimentos no mundo devem aumentar em cerca de US$ 4 bilhões por ano até 2030

Torres de geração de energia eólica e painéis solares, alusivos à energia limpa

IEA alerta que caminho para a neutralidade de carbono pode evitar 2,2 milhões de mortes prematuras por poluição atmosférica até 2030 | Foto: Getty Images

A Agência Internacional de Energia (IEA, na sigla em inglês) informou nesta quarta-feira, 13, que o mundo deve triplicar os investimentos em energia limpa para zerar emissões de carbono até 2050.

Nesse sentido, os aportes por parte dos governos e da iniciativa privada em todo o mundo devem aumentar em cerca de US$ 4 bilhões (R$ 22,2 bilhões) por ano até 2030.

As informações constam no relatório anual da IEA, cuja previsão é de que o mundo vai sofrer, não só com o aquecimento global, mas também com “turbulências” no abastecimento energético, se não investir mais rapidamente em energias limpas.

O documento foi publicado duas semanas antes da abertura da Conferência das Nações Unidas sobre as Alterações Climáticas (COP26), que acontecerá no fim deste mês em Glasgow, na Escócia (saiba tudo aqui).

“Se conseguirmos atingir a neutralidade de carbono até 2050, 2,2 milhões de mortes prematuras por poluição atmosférica poderão ser evitadas até 2030, 40% menos do que atualmente. Em outros cenários, irão aumentar”, adverte o documento.

O financiamento adicional necessário para esse objetivo “é menos oneroso do que parece”, diz a agência.

Segundo a IEA, 40% das reduções das emissões “pagam-se”, por meio da eficiência energética, da luta contra as fugas de metano ou de parques solares ou eólicos.

Representatividade baixa

Mesmo destacando que há um novo mercado de energia limpa surgindo, a agência lembrou que petróleo, gás e carvão representam ainda 80% do consumo final de energia.

Estas fontes, por sua vez, são responsáveis por três quartos das alterações climáticas.

Atualmente, os compromissos climáticos dos governos, se cumpridos, só permitirão atingir 20% das reduções de emissões de gases de efeito estufa, necessárias para manter o aquecimento global sob controle até 2030.

Caminhos para neutralizar o carbono via energia limpa

EM seu relatório, a IEA apresenta três cenários para o futuro:

  1. O das atuais políticas de redução de emissões efetivamente implementadas pelos governos

  2. O dos compromissos de redução assumidos

  3. O que permite atingir a neutralidade de carbono em 2050, já tornado público pela AIE em maio.

No primeiro cenário – o mais pessimista – a temperatura global aumentará 2,6 Cº graus Celsius em 2100, em comparação com a era pré-industrial.

Já no segundo, o aumento será de 2,1 Cº . Apenas no terceiro a elevação será limitada a 1,5 Cº.

O terceiro cenário, atingindo a neutralidade de carbono até 2050, “exigirá grandes esforços, mas oferece benefícios consideráveis, tanto para a saúde quanto para o desenvolvimento econômico”, afirma a AIE.

A IEA afirma que o atual déficit de investimento afeta não só o clima, mas também os preços e a oferta, garantindo “turbulências” como as que o mundo sofre atualmente, com as tensões sobre os combustíveis fósseis.

Nos últimos anos, a depreciação dos preços do petróleo e do gás limitaram o investimento no setor.

Porém, a transição para a energia limpa é demasiado lenta para satisfazer a procura, diz a agência. (Com Agência Brasil)

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