Energia solar atrai R$ 40 bi de investimentos ao Brasil
Levantamento de associação do setor constata que, desde 2012, volume de investimentos geraram mais de 240 mil empregos
01/03/2021O Brasil ultrapassou a marca histórica de 8 gigawatts (GW) de potência operacional da energia solar fotovoltaica e, desde 2012, foram investidos mais de R$ 40 bilhões de reais no país.
As informações são de um levantamento da Associação Brasileira de Energia Solar Fotovoltaica (Absolar).
A entidade destaca que esse volume de investimentos gerou mais de 240 mil empregos acumulados.
Recentemente, a Absolar divulgou que o país atingiu o recorde de 500 mil unidades consumidoras de energia solar fotovoltaica distribuída.
Para 2021, a Absolar calcula que a capacidade instalada, que chegou a 7,5 GW ao final de 2020, ultrapasse a marca de 12 GW. Os novos investimentos privados no segmento poderão ultrapassar os R$ 22,6 bilhões.
Espaço na matriz energética nacional
Os cálculos sobre a energia solar no Brasil consideram tanto as usinas de grande porte, também classificadas de geração centralizada, como os sistemas de pequenos e médios instalados em telhados, fachadas e terrenos, a chamada geração distribuída.
Considerando as capacidades instaladas dos dois segmentos, a associação cita que a fonte solar fotovoltaica corresponde à sexta principal fonte de geração no país.
A energia solar fica atrás da hidrelétrica, eólica, biomassa, termelétricas a gás natural e termelétricas a diesel e óleo combustível.
Somente no segmento de geração centralizada, a Absolar contabiliza 3,1 gigawatts (GW) de potência instalada em usinas solares fotovoltaicas, localizadas em nove estados brasileiros, nas regiões Nordeste (Bahia, Ceará, Paraíba, Pernambuco, Piauí e Rio Grande do Norte), Sudeste (Minas Gerais e São Paulo) e Centro-Oeste (Tocantins). Os investimentos acumulados deste segmento ultrapassam os R$ 16 bilhões.
A capacidade instalada em grandes usinas solares equivale a 1,7% da matriz elétrica do País.
Por esse critério, utilizado pela Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel), a fonte solar cai uma posição e é a sétima maior fonte de geração do Brasil, atrás também do carvão mineral.
Diferenças
Vale destacar que os dados apresentados pela Absolar para a geração centralizada diferem um pouco daqueles compilados pela Aneel.
A agência reguladora informa uma capacidade de geração centralizada de 3,292 GW, correspondente a 1,97% da matriz, à frente do carvão mineral.
Por outro lado, a Aneel separa as origens dos combustíveis diesel e óleo combustível, o que faz com que, no ranking da reguladora, a fonte solar apareça uma colocação abaixo na matriz elétrica.
A associação explicou que retirou de seus cálculos seis usinas fotovoltaicas do estado do Piauí, totalizando 186,05 MW de potência instalada, que foram suspensas e optou por reintegrá-las apenas quando voltarem a estar em operação, o que é previsto para até abril.
Microusinas de energia solar
No segmento de geração distribuída, a Absolar contabiliza 4,9 GW de potência instalada da fonte solar fotovoltaica, que representam mais de R$ 24 bilhões em investimentos acumulados desde 2012, espalhados pelas cinco regiões do país.
De acordo com a entidade, o Brasil possui mais de 411 mil sistemas solares fotovoltaicos conectados à rede, que favorecem 514 mil unidades consumidoras.
Essas mini e microusinas fotovoltaicas estão presentes em todos os Estados brasileiros, com destaque para Minas Gerais, São Paulo, Rio Grande do Sul, Mato Grosso e Paraná, que concentram os maiores volumes instalados.
Projeções para a energia solar
De acordo com o presidente do Conselho de Administração da Absolar, Ronaldo Koloszuk, o Brasil ainda tem um mercado de energia solar pequeno, dado seu potencial.
“Há mais de 86 milhões de consumidores de energia elétrica no país, porém atualmente apenas 0,6% faz uso do sol para produzir eletricidade”.
Segundo ele, assim como em momentos em que a atividade econômica brasileira desacelerou, mas o setor solar cresceu, a expectativa é de que mais uma vez os investimentos em geração fotovoltaica possam colaborar para estimular a economia.
“Nas crises de 2015 e 2016, o PIB do Brasil foi inferior a -3,5% ao ano, mas o setor solar fotovoltaico cresceu mais de 100% ao ano. Com isso, ajudamos na recuperação do país”, diz Koloszuk.
Para a geração distribuída solar fotovoltaica, a associação projeta um crescimento de 90% frente ao total instalado até 2020, passando de 4,4 GW para 8,3 GW.
Já no segmento de geração centralizada, a expansão será de 37%, de 3,1 GW para 4,2 GW. (Com AE)