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Energia solar atrai R$ 40 bi de investimentos ao Brasil

Levantamento de associação do setor constata que, desde 2012, volume de investimentos geraram mais de 240 mil empregos

Painéis de energia solar em Indaiatuba, Brasil

Absolar projeta aportes privados de mais de R$ 22,6 bilhões na fonte solar, em 2021 | Foto: Getty Images

O Brasil ultrapassou a marca histórica de 8 gigawatts (GW) de potência operacional da energia solar fotovoltaica e, desde 2012, foram investidos mais de R$ 40 bilhões de reais no país.

As informações são de um levantamento da Associação Brasileira de Energia Solar Fotovoltaica (Absolar).

A entidade destaca que esse volume de investimentos gerou mais de 240 mil empregos acumulados.

Recentemente, a Absolar divulgou que o país atingiu o recorde de 500 mil unidades consumidoras de energia solar fotovoltaica distribuída.

Para 2021, a Absolar calcula que a capacidade instalada, que chegou a 7,5 GW ao final de 2020, ultrapasse a marca de 12 GW. Os novos investimentos privados no segmento poderão ultrapassar os R$ 22,6 bilhões.

Espaço na matriz energética nacional

Os cálculos sobre a energia solar no Brasil consideram tanto as usinas de grande porte, também classificadas de geração centralizada, como os sistemas de pequenos e médios instalados em telhados, fachadas e terrenos, a chamada geração distribuída.

Considerando as capacidades instaladas dos dois segmentos, a associação cita que a fonte solar fotovoltaica corresponde à sexta principal fonte de geração no país.

A energia solar fica atrás da hidrelétrica, eólica, biomassa, termelétricas a gás natural e termelétricas a diesel e óleo combustível.

Somente no segmento de geração centralizada, a Absolar contabiliza 3,1 gigawatts (GW) de potência instalada em usinas solares fotovoltaicas, localizadas em nove estados brasileiros, nas regiões Nordeste (Bahia, Ceará, Paraíba, Pernambuco, Piauí e Rio Grande do Norte), Sudeste (Minas Gerais e São Paulo) e Centro-Oeste (Tocantins). Os investimentos acumulados deste segmento ultrapassam os R$ 16 bilhões.

A capacidade instalada em grandes usinas solares equivale a 1,7% da matriz elétrica do País.

Por esse critério, utilizado pela Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel), a fonte solar cai uma posição e é a sétima maior fonte de geração do Brasil, atrás também do carvão mineral.

Diferenças

Vale destacar que os dados apresentados pela Absolar para a geração centralizada diferem um pouco daqueles compilados pela Aneel.

A agência reguladora informa uma capacidade de geração centralizada de 3,292 GW, correspondente a 1,97% da matriz, à frente do carvão mineral.

Por outro lado, a Aneel separa as origens dos combustíveis diesel e óleo combustível, o que faz com que, no ranking da reguladora, a fonte solar apareça uma colocação abaixo na matriz elétrica.

A associação explicou que retirou de seus cálculos seis usinas fotovoltaicas do estado do Piauí, totalizando 186,05 MW de potência instalada, que foram suspensas e optou por reintegrá-las apenas quando voltarem a estar em operação, o que é previsto para até abril.

Microusinas de energia solar

No segmento de geração distribuída, a Absolar contabiliza 4,9 GW de potência instalada da fonte solar fotovoltaica, que representam mais de R$ 24 bilhões em investimentos acumulados desde 2012, espalhados pelas cinco regiões do país.

De acordo com a entidade, o Brasil possui mais de 411 mil sistemas solares fotovoltaicos conectados à rede, que favorecem 514 mil unidades consumidoras.

Essas mini e microusinas fotovoltaicas estão presentes em todos os Estados brasileiros, com destaque para Minas Gerais, São Paulo, Rio Grande do Sul, Mato Grosso e Paraná, que concentram os maiores volumes instalados.

Projeções para a energia solar

De acordo com o presidente do Conselho de Administração da Absolar, Ronaldo Koloszuk, o Brasil ainda tem um mercado de energia solar pequeno, dado seu potencial.

“Há mais de 86 milhões de consumidores de energia elétrica no país, porém atualmente apenas 0,6% faz uso do sol para produzir eletricidade”.

Segundo ele, assim como em momentos em que a atividade econômica brasileira desacelerou, mas o setor solar cresceu, a expectativa é de que mais uma vez os investimentos em geração fotovoltaica possam colaborar para estimular a economia.

“Nas crises de 2015 e 2016, o PIB do Brasil foi inferior a -3,5% ao ano, mas o setor solar fotovoltaico cresceu mais de 100% ao ano. Com isso, ajudamos na recuperação do país”, diz Koloszuk.

Para a geração distribuída solar fotovoltaica, a associação projeta um crescimento de 90% frente ao total instalado até 2020, passando de 4,4 GW para 8,3 GW.

Já no segmento de geração centralizada, a expansão será de 37%, de 3,1 GW para 4,2 GW. (Com AE)

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