Entenda os efeitos da união entre Votorantim e fundo do Canadá para a Cesp
Criação da Nova VTRM deve ser positiva aos acionistas da Cesp, que farão parte de uma empresa maior e com portfólio diversificado
19/10/2021Anunciada recentemente, a criação da Nova VTRM, que une ativos da Votorantim S.A. e do fundo de pensão canadense Canada Pension Plan Investment Board (CPPIB), deve ser positiva para a Cesp (CESP6) e seus acionistas.
Em análise divulgada nesta terça-feira, 19, o Banco Safra traz uma visão otimista para a Companhia Energética de São Paulo.
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A Cesp era uma estatal que foi arrematada em 2018 pelo consórcio formado por Votorantim e CPPIB, por R$ 1,7 bilhão.
Segundo o relatório, a união proposta pela Votorantim e pelo CPPIB levariam os acionistas da Cesp a fazer parte de uma empresa maior e com portfólio mais diversificado.
Além disso, a empresa terá forte poder de fogo para expandir as operações e melhor governança, caso o negócio se consolide.
Adicionalmente, os acionistas também deverão receber em dinheiro o resgate das ações preferenciais, o que pode representar um incentivo para a aprovação da proposta, pontua o Safra.
De acordo com a proposta, as ações da Cesp estariam avaliadas em pelo menos R$ 26,37, contra os preços atuais de R$ 24,30, representando uma alta de 8,5%. A Nova VTRM valeria R$ 17,3 bilhões.
Estrutura da Nova VTRM
A Nova VTRM deve se tornar uma empresa bem diversificada, com ativos hídricos, eólicos e solares, e um braço comercial operacional. A empresa irá operar:
- Usinas hidrelétricas com capacidade instalada de 2,3 GW (gigawatts), 60% da energia contratada e prazo médio das concessões em 2049
- Complexos eólicos localizados nos Estados do Piauí e de Pernambuco, totalizando 974 MW (megawatts) de capacidade instalada, com concessões até 2052 e 85% da energia contratada
- Votener, uma plataforma de comercialização de energia com mais de 400 clientes e 2,6 GW vendidos em 2020
- Dois dutos de projeto solar e seis pequenas centrais hidrelétricas, totalizando 1,4 GW.
O relatório do Safra destaca ainda que a reestruturação prevê a criação de uma joint venture (50% da Votorantim e 50% do CPPIB) que irá desenvolver projetos renováveis.
Por outro lado, a VTRM vai deter os direitos de primeira oferta sobre esses projetos futuros.
A ideia é alocar os empreendimentos mais arriscados em um veículo separado. Toda a transação deve levar até 5 meses para ser concluída.
Como fica a Cesp
No relatório, o Safra detalha o processo de reestruturação das controladoras indiretas da Cesp.
Sendo assim, o negócio dará os seguintes passos:
- VTRM irá incorporar 100% das ações da Cesp, enquanto atuais acionistas da Cesp receberão ações proporcionais da VTRM
A relação de troca de ações ainda não foi definida e seguirá as melhores práticas de governança orientadas pela Instrução CVM nº 35. Será constituído comitê especial para analisar e negociar as condições da relação de troca. A incorporação está sujeita à aprovação do Conselho de Administração e da Assembleia Geral. - Os atuais acionistas da Cesp receberão ações preferenciais com direito a voto e resgatáveis da VTRM
As ações preferenciais serão liquidadas imediatamente após sua emissão e os acionistas deverão receber o dinheiro. - A VTRM será listada no Novo Mercado da B3 (bolsa de valores), etapa que depende do sucesso da incorporação das ações da Cesp
- Por fim, em decorrência das operações, a Nova VTRM deterá 100% das ações da Cesp, dos ativos da VGE e dos ativos anteriores da VTRM
Enfim, outros detalhes sobre o negócio podem ser conferidos neste link.
Sobre a Cesp (CESP6)
A Cesp é uma sociedade anônima de capital aberto com sede na cidade de São Paulo.
Tem como atividades principais o planejamento, a construção e a operação de sistemas de geração e a comercialização de energia elétrica.
Atualmente, a empresa tem três usinas de geração hidrelétrica que operam no regime de preço e estão com 1.654,6 MW de capacidade instalada e 947,6 MW médios de garantia física de energia. Teve seu prazo de concessão prolongado para 2049.
Sendo assim, a companhia passou de concessionária de serviço público de geração de energia elétrica para concessionária de produção independente de energia elétrica.