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BNDES estuda apoio para setores afetados pela covid

Presidente do BNDES e diretor de Estratégia Econômica do Banco Safra conversam sobre pandemia e projetos do banco estatal

Conversa entre Joaquim Levy e Gustavo Montezano teve transmissão ao vivo, pelo canal do Safra, no YouTube

O presidente do BNDES, Gustavo Montezano, anunciou que a instituição poderá adotar novas medidas para aliviar o crédito para empresas nos próximos meses, embora o espaço fiscal tenha ficado mais apertado, segundo ele, por causa da pandemia.

Segundo Gustavo Montezano, há medidas em estudo no governo para socorrer setores como o de turismo, por exemplo.

Ele destacou que, diante das dificuldades fiscais, novas medidas deverão ser voltadas apenas para nichos do mercado.

A pandemia, segundo Montezano, representou um período de grande aprendizado, que forçou o BNDES, o governo e o sistema financeiro a inovar para enfrentar os desafios da pandemia com oferta de crédito para sustentar a economia.

“Hoje temos mais instrumentos operacionais para atender às demandas, mas o espaço fiscal ficou mais restrito, por isso deveremos ter atuação mais voltada para nichos do mercado”, disse, em entrevista ao vivo comandada pelo diretor de Estratégia Econômica e Relações com Mercados do Safra, Joaquim Levy. A live foi transmitida ao vivo pelo canal do Banco Safra no Youtube.

Montezano deu exemplos de setores que vão bem, como a construção civil e exportadores. E anunciou mais uma suspensão de pagamentos de até R$ 3 bilhões nos próximos seis meses, com prazos maiores para pagamento de financiamentos.

Segundo ele, o governo discute novas extensões de prazos de carência e busca espaço fiscal para reedição de alguns programas de socorro na pandemia.

Mercado de gás natural

Montezano falou de estudos do BNDES sobre a viabilidade do gás natural das áreas do pré-sal. Segundo ele, os estudos mostram que há demanda para o gás, mas faltava o marco legal para o setor, já aprovado recentemente. O BNDES, segundo ele, poderá atuar como fiador garantidor para investimentos em gás natural.

O objetivo é ter uma matriz tríplice de fornecimento, com gás importado da Argentina e Bolívia. As negociações estão em andamento com a Argentina.

Sobre o destino da Eletrobras, ele disse que a Medida Provisória precisa ser convertida em lei pelo Congresso Nacional para permitir o encaminhamento do projeto de privatização. “É uma operação complexa e bem estruturada, que envolve muitas subsidiárias”, explicou.

Itaipu e a eletronuclear não serão incluídas no processo de privatização, esclareceu.

Energia eólica

O BNDES tem um papel fundamental no desenvolvimento de energias limpas, disse Montezano. Ele defendeu modelos de financiamentos de projetos, de forma a induzir o mercado e atrair outros investidores.

“O BNDES acompanha de perto os projetos para a produção de energia eólica no mar, um exemplo de disrupção no mercado de energia”.

Saneamento

“O marco legal do saneamento deverá ser visto em cerca de dez ou 15 anos como uma grande transformação na economia e na vida dos brasileiros”, afirmou Montezano, citando o sucesso do leilão da Cedae.

Ele defendeu a privatização e investimentos privados no setor como uma forma de combater a desigualdade e gerar emprego e renda.

Sobre a questão da destinação de resíduos sólidos, o presidente do BNDES disse que ainda falta segurança legal para viabilizar bons projetos e financiamentos.

“Isso é prioridade do governo, entendemos que existem recursos disponíveis e uma grande demanda, mas falta o arcabouço legal, que deve vir em seguida na esteira do marco legal do saneamento”.

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