Governança alavanca a agenda ESG no agronegócio
Consultoria PwC destaca sete ações cruciais para o desenvolvimento da pauta sustentável no agro brasileiro. Veja as sugestões
05/06/2021Considerado o “celeiro do mundo”, o Brasil tem potencial para ser referência na implementação da agenda ESG (ambiental, social e governança, na sigla em inglês) de sustentabilidade no agronegócio. Reconhecido como o maior exportador de produtos agrícolas do planeta, o País tem buscado reverter uma imagem de relapso quanto às questões sustentáveis frente a outras nações.
Líderes políticos, como a senadora Kátia Abreu (PP-TO), e economistas como o diretor de Estratégia Econômica e Relações com Mercados do Banco Safra, Joquim Levy, destacam a importância dos produtores brasileiros lançarem mão de boas práticas ligadas à pauta ESG.
O tema também é bem visto por órgãos como o Banco Central e o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES).
Nesse sentido, a consultoria PwC divulgou um estudo sobre a importância da agenda ESG para o agronegócio nacional, com grande destaque para a letra “G” da sigla.
Relevância brasileira no agro
O relatório da PwC traz dados para evidenciar a força e relevância brasileira no setor – e porque qualquer atitude do País gera impacto global.
Tomando números da safra 2019/2020 como referência, dos oito itens agrícolas – a maioria commodities – listados pelo estudo, o Brasil liderou a exportação em seis deles, além de ter sido o maior produtor em metade dos mesmos.
Além dos números recentes do agro, o relatório traz a projeção oficial do poder público para o agronegócio brasileiro.
De acordo com o Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa), a produção agrícola brasileira deve crescer 20% até 2030.
Para o cenário global, a Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa) prevê que o mundo demandará uma expansão de 35% na produção de alimentos para garantir o próprio abastecimento.
Governança em destaque ESG do agronegócio
Cada vez mais os aspectos sustentáveis se consolidam com status de requisito obrigatório no meio empresarial para prosperar.
Tanto é que as emissões de títulos ESG devem captar US$ 700 bilhões (R$ 3,6 trilhões) em recursos em todo o mundo em 2021. A previsão é da agência de classificação de risco S&P Global Ratings.
Em linha com essa tendência, um dos atributos que deverão ser destacados pelas companhias é a transparência em suas ações e comunicações das mesmas. Ou seja: a demonstração clara de governança quanto à sua estratégia.
De forma relevante, a consciência sobre os impactos da governança no agro já está na cabeça de quase metade (47%) dos empresários brasileiros, que acreditam ser necessário fazer mais para divulgar o impacto ambiental das ações de suas empresas. O dado é da pesquisa global de CEOs da PwC.
Ações ESG sugeridas
Por todo o contexto, a PwC elencou sete ações para que os empresários do agronegócio nacional avancem nas questões de governança, seguindo a agenda ESG. São elas:
- Composição da mesa de lideranças
Definição de um plano estruturado de sucessão e revisão da estrutura societária - Adoção de boas práticas de governança corporativa
Determinação de ações de governança ao conselho de administração e seus comitês de supervisão, gerenciamento de riscos e compliance - Atenção à nova ordem ESG
Adequação a regulações internacionais e nacionais e atenção às mudanças de comportamento do consumidor - Engajar os acionistas em reflexões sobre oportunidades e desafios
É preciso entender quais são os temas mais relevantes para os acionistas e convergi-los em um plano de ação - Assumir o modelo de “jornada”
O plano deve respeitar os valores da organização e a velocidade esperada para alcançar os objetivos - Identificar os riscos críticos
Significa identificar os aspectos e impactos que podem limitar o alcance dos objetivos de curto e médio prazos – e responder rapidamente - Respeitar a cultura de confiança nas pessoas
Desenvolver um plano de treinamento para incluir os colaboradores que ajudaram a construir a história da organização
A íntegra do estudo da PwC sobre a agenda ESG no agronegócio brasileiro pode ser lida por este link.