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ESG vira chave para a escolha de novos CEOs

Pesquisa com grandes empresas dos Estados Unidos traça as tendências para a escolha do perfil dos executivos do futuro

ESG vira chave para CEOs do futuro

Temas como propósito, diversidade, equidade e inclusão serão direcionadores. Foto: Getty Images

Um estudo do centro de pesquisa sobre negócios The Conference Board mostra que grandes empresas acreditam que habilidades de gestão ligadas à sustentabilidade e diversidade vão nortear a escolha de chief executive officers (CEOs), ou presidentes executivos, do futuro. O Conference Board é uma instituição com sede em Nova York, sem fins lucrativos, mantida por doações de empresas de vários países.

A pesquisa intitulada CEO Succession Practices analisou, ao longo de 2020, perfis, tendências e movimentações na presidência de companhias dos Estados Unidos.

Foram analisadas organizações que compõem dois importantes índices das bolsas de valores americanas: S&P 500 e Russell 3000.

O S&P 500 reúne as quinhentas ações mais representativas das bolsas NYSE (Bolsa de Nova York) e Nasdaq. O Russell 3000 engloba, além das grandes, empresas menores que também são capitalizadas. Este último índice representa, segundo o The Conference Board, 98% das companhias listadas nos Estados Unidos.

A pesquisa traz recortes estatísticos das empresas analisadas. A pandemia de covid-19 acelerou a consolidação dos novos temas prioritários para os futuros CEOs.

Com isso, muitas companhias repensaram mudanças no alto escalão programadas para 2020. Porém, as renovações devem aumentar substancialmente neste ano.

“A taxa de sucessão dos CEOs pode acelerar em 2021. Em algumas empresas, os conselhos de administração devem rever os objetivos de negócios de longo prazo e concluir que uma nova liderança é necessária”, escrevem Matteo Tonello (diretor geral de ESG do The Conference Board) e Jason Schloetzer (professor da Universidade Georgetown McDonough), autores do estudo.

Sustentabilidade e valores à frente

De acordo com a pesquisa, questões voltadas à sustentabilidade ambiental, social e de governança (ESG, na sigla em inglês) continuarão a moldar as funções dos CEOs do futuro.

Membros de conselhos de administração consultados destacaram temas prioritários sobre os quais os CEOs do futuro deverão trabalhar. São eles: propósito, formação de cultura, diversidade, equidade e inclusão.

Segundo Tonello e Schloetzer, a pandemia de covid-19 foi um propulsor para que esses temas se consolidassem na formação de novos executivos.

O documento traz propostas de ações e comportamentos a ser implementados pelos novos presidentes, em linha com as tendências sustentáveis identificadas pela pesquisa.

Contudo, o estudo reitera que talentos inerentes à liderança como gestão de riscos, administração de custos e capacidade de reestruturação foram essenciais para que as companhias sobrevivessem à pandemia. E essas habilidades tradicionais continuarão a ser fundamentais para os CEOs do futuro.

Perfil dos CEOs do futuro: mudança lenta

A pesquisa do The Conference Board revela que, em geral, as companhias do S&P 500 e do Russell 3000 vêm promovendo maior diversidade em seu quadro de executivos.

“A pressão crescente da comunidade de investimentos e outras partes interessadas para acelerar o progresso na força de trabalho e na diversidade de gestão não vai diminuir tão cedo”, afirmam Tonello e Schloetzer.

No entanto, quando se trata do presidente executivo, são as empresas menores que tomam a frente ao escolher profissionais estreantes no cargo.

O mesmo acontece quando o assunto é a diversidade de gênero. As mulheres ainda representam apenas 5% dos ocupantes de cadeiras mais altas nas corporações analisadas.

Elas também são mais encontradas na liderança de empresas menores, ao passo que são menos prováveis na cúpula de companhias de setores tradicionalmente dominados por homens – tecnologia da informação, serviços financeiros e imobiliário, entre eles.

O estudo também identificou que a média de idade dos CEOs em 2020, tanto nas empresas do S&P 500 quanto nas que integram o Russell 3000, é de 60 anos.

A íntegra do estudo do The Conference Board está aberta para leitura.

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