A revolução da agenda ESG e o futuro do segmento
A diretora de Marketing, Comunicação e Sustentabilidade do Banco Safra conversa com o especialista Denys Roman sobre sustentabilidade no mundo corporativo
06/05/2021Tema que ganha cada vez mais espaço na agenda das grandes empresas, o ESG vem da sigla em inglês para ambiental, social e governança.
O debate sobre o conceito cresceu a partir de 2004, com a agenda da Organização das Nações Unidas (ONU) para o desenvolvimento sustentável.
O ESG vem evoluindo a postura das empresas como um caminho sem volta também no setor financeiro, que tem grande impacto na sociedade.
Para debater o assunto, o Banco Safra promoveu uma live com Denys Roman, especialista e mestre em ESG pela Fundação Getúlio Vargas (FGV) e fundador da consultoria blendON.
Ele foi entrevistado por Beatriz Galloni, diretora de Marketing, Comunicação e Sustentabilidade do Safra.
Segundo Denys Roman, os conceitos de sustentabilidade ganharam importância especialmente nos setores de energia, papel e celulose e agronegócio. Na área de energia o segmento com mais destaque é o das eólicas.
“São setores com grande impacto nessa agenda e que recebem grande pressão internacional”, explica ele.
“O primeiro aspecto relevante é entender que ESG e sustentabilidade são praticamente sinônimos”, afirma Roman.
“O ESG dentro de uma empresa envolve materialidade, ou seja, o que é relevante para aquela empresa. Por exemplo, para uma indústria de bebidas, a água é um dos aspectos materiais para a atividade. As empresas devem fazer gestão interna e também buscar atuar de forma mais integrada em relação ao tema”, explica o consultor.
Ele acrescenta: “A fábrica de bebidas deve, por exemplo, cuidar das nascentes envolvidas no seu abastecimento. Não se pode mais deixar tudo por conta do governo. As empresas devem se preocupar com o futuro dos insumos de que necessitam”.
O ESG é importante especialmente no longo prazo, segundo o especialista, e deve envolver esforço em todas as áreas, inclusive atuando junto ao poder público para solucionar os problemas que envolvem as questões de sustentabilidade ligadas ao negócio.
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Origem da sigla ESG
O termo ESG foi cunhado pela primeira vez em 2004, quando o então secretário-geral da Organização das Nações Unidas (ONU) Kofi Annan escreveu para 50 instituições financeiras, as convidando para participarem desse processo de transformação.
No entanto, a formação e consolidação do ESG vem de um longo processo, iniciado há mais de 20 anos.
Em 1999, a Dow Jones lançou seu primeiro índice de sustentabilidade. Ficaram conhecidos no mercado como investimentos verdes, ou investimentos éticos.
Já nos anos 2000, a ONU lançou o movimento Pacto Global com o objetivo de estimular o desenvolvimento de empresas sustentáveis.
Desde então, a conscientização em torno do assunto vem conquistando terreno ano a ano.