close

Esgotamento de energia pode vir em novembro

O alerta leva em conta a perspectiva de aumento no consumo de energia nos próximos meses, puxado por comércio e serviços

Racionamento

Devido à crise hídrica, o governo autorizou o uso de todas as usinas para garantir o abastecimento de energia no País | Foto: Getty Images

Frente ao cenário crítico da crise hídrica nos reservatórios, o Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS) indicou que pode haver esgotamento de praticamente todos os recursos energéticos em novembro, no fim do período sem chuvas.

O alerta foi feito diante da perspectiva de aumento no consumo de energia nos próximos meses, puxado pelos setores do comércio e serviços, associado a uma estimativa mais “realista” sobre a quantidade de usinas termoelétricas disponíveis para geração de energia.

Racionamento pode ser evitado pela importação de energia 

De acordo com nota técnica emitida ontem pelo órgão, os níveis de armazenamento dos reservatórios devem chegar próximo ao limite no fim do ano, principalmente nos subsistentes Sul e Nordeste. No pior cenário previsto pelo órgão, o País precisaria de importação de 2 gigawatts de energia para suprir a potência de energia elétrica e garantir o abastecimento.

Além do crescimento da demanda no comércio e serviços, a manutenção do ritmo elevado das indústrias, principalmente daquelas voltadas à exportação, elevou a perspectiva de demanda de energia para os próximos meses. Os dados sobre a disponibilidade de térmicas também foram revisados, já que as usinas podem estar indisponíveis por diferentes motivos.

Energia elétrica puxou inflação

O Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo – 15 (IPCA-15) subiu 0,72% em julho, após ter avançado 0,83% em junho, pressionado pelo último reajuste na bandeira vermelha 2 na conta de luz decorrente da crise hídrica. Foi a maior alta para meses de julho desde 2004, quando o IPCA-15 havia subido 0,93%.

O resultado ficou acima da mediana das estimativas do mercado financeiro, e agora o IPCA-15 acumula um aumento de 4,88% no ano. A taxa em 12 meses ficou em 8,59%. As projeções iam de avanço de 8,31% a 8,65%, com mediana de 8,51%.

Principal vilã da inflação apontada pelo IPCA-15, a energia elétrica ficou 4,79% mais cara, informou o IBGE. Foi o item de maior impacto de alta no indicador de julho, contribuindo com 0,21 ponto porcentual da alta de 0,72% no agregado. Com isso, o grupo Habitação avançou 2,14%, com impacto de 0,33 ponto no agregado, o maior entre os nove grupos de despesa

Assine o Safra Report, nossa newsletter mensal

Receba gratuitamente em seu email as informações mais relevantes para ajudar a construir seu patrimônio

Invista com os especialistas do Safra