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EUA estudam taxar produtos de países poluidores

Enviado especial para o clima do governo americano, John Kerry, diz que estuda impacto da taxação de países que não tributam poluidores

Poluição na Amazônia

EUA analisam a promessa brasileira de acabar com o desmatamento ilegal até 2030 | Foto: Getty Images

O enviado especial para o clima do governo dos Estados Unidos, John Kerry, afirmou  que os anos entre 2020 a 2030 serão a “década chave para as decisões” climáticas.

A agência de notícias Associated Press publicou que Kerry disse a repórteres que Washington está estudando a possibilidade de introduzir uma taxa sobre as importações de países que não tributam grandes poluidores, mas advertiu que tal medida poderia acarretar riscos.

Segundo o enviado, o presidente Joe Biden instruiu as autoridades dos EUA a examinarem “quais são as consequências, como se faz o preço, e qual é o impacto”.

Promessa brasileira em estudo

Kerry, saudou nesta terça, 18, a promessa brasileira de acabar com o desmatamento ilegal até 2030, mas afirmou que não se pode esperar até o fim da década para proteger a Amazônia, e que algo deve ser feito “muito antes”. As declarações foram dadas em entrevista à DW em Berlim, onde o enviado se encontrou com Frans Timmermans, autoridade do clima na União Europeia.

Kerry afirmou estar trabalhando com o presidente do Brasil, Jair Bolsonaro, e sua equipe na questão do desmatamento, e que já teve várias “conversas”. O enviado lembrou que as nações têm soberanias sobre seus próprios territórios, e que é necessário chegar a “algum acordo, se possível”, sobre o tema.

Busca de solução “crível”

Nas negociações, Kerry sugeriu uma “nova abordagem”, diferente da anterior, tendo em vista buscar uma solução “crível”. Segundo o americano, não há “garantia” de um acerto, mas “seguramente tentaremos um”, em conjunto com outros países que também estão “preocupados” com o tema.

“Se o G20 não reduzir emissões nos próximos dez anos, seremos responsáveis por negar que o resto do mundo controle a temperatura”, indicou Kerry em entrevista à DW, em Berlim, onde se reuniu com autoridades.

“É importante que maiores emissores liderem pelo exemplo”, destacando além dos EUA, a União Europeia, a China, a Índia e citando alguns “outros países”.

Segundo o enviado, em Glasgow, onde será realizada a COP 26 neste ano, o “mundo menos desenvolvido saberá que iremos oferecer US$ 100 bilhões”, uma referência à promessa de economias desenvolvidas de destinar tal verba para compensar as outras nações.

Segundo Kerry, há “uma série de investimentos indo do setor privado para energias renováveis”, se dizendo otimista no tema, e indicando acreditar que “somos capazes” de realizar transição. (AE)

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