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Evergrande: presidente de banco chinês fala em ‘prevenir risco sistêmico’

Dívida da incorporadora acumula mais de US$ 300 bilhões e coloca o crescimento econômico da China em risco, diz Yi Gang

Incorporadora chinesa Evergrande

Yi Gang falou sobre a crise causada pelo calote da companhia em encontro virtual do G30, realizado neste domingo, 17 | Foto: Getty Images

O presidente do Banco do Povo da China (PBoC, na sigla em inglês), Yi Gang, afirmou neste domingo, 17, que as autoridades do país asiático têm agido para evitar o contágio da crise de liquidez enfrentada pela incorporadora Evergrande em outras empresas do setor imobiliário.

Dessa forma, segundo o dirigente, é possível prevenir o risco sistêmico.

Durante o seminário anual do G30, realizado de forma virtual, Yi Gang disse que apenas um terço dos passivos da Evergrande são detidos por instituições financeiras. No total, a empresa chinesa acumula mais de US$ 300 bilhões em dívidas.

Presidente do PBoC diz que dívida causa preocupação

“Causa preocupação e ampla discussão”, respondeu o dirigente a uma pergunta sobre a crise da Evergrande.

Em um discurso no começo do evento, Yi Gang havia afirmado, sem mencionar diretamente a incorporadora imobiliária, que o risco de calote de “certas empresas” era um dos desafios para o crescimento econômico da China.

A incorporadora imobiliária China Properties Group informou nesta sexta-feira, 15, em comunicado à Bolsa de Hong Kong, que deu um calote no pagamento de bonds (títulos de dívida) que venciam hoje.

Assim, a empresa deixou de pagar US$ 226 milhões (R$ 1,2 bilhão) de uma emissão de notas seniores a investidores.

A emissão, realizada em 11 e 15 de outubro pela Cheergain Group, uma subsidiária da China Properties, tinha prazo de três anos e taxa de 15%.

Alta de preços deve seguir no mercado chinês

O presidente do PBoC afirmou também que os preços ao produtor no país asiático devem continuar altos por mais alguns meses. Durante o seminário anual do G-30, realizado de forma virtual, o dirigente também disse que a inflação ao consumidor, por outro lado, tem se mantido “moderada”.

Em setembro, o índice de preços ao produtor (PPI, na sigla em inglês) da China subiu 10,7% no acumulado em 12 meses, a maior alta desde 1996, quando as autoridades chinesas começaram a divulgar o dado.

Segundo Yi Gang, em geral, a economia da China está “indo bem”. Ele disse que o ritmo da retomada, após os efeitos mais severos da pandemia de covid-19, se moderou “um pouco”, mas que a tendência de recuperação se manteve.

Sobre a economia global, o dirigente afirmou que os riscos vêm da alta de preços, dos gargalos nas cadeias produtivas e da crise energética. (AE)

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