Queda na produção e exportação de carne afeta frigoríficos

Os volumes médios diários caíram significativamente para todas as proteínas. O Departamento de Comércio Exterior do Brasil (Secex) divulgou os dados preliminares para a terceira semana de agosto, mostrando volumes significativamente mais fracos para todas as três proteínas sequencialmente.

Como resultado, os valores médios diários acumulados no mês de agosto se deterioraram acentuadamente, especialmente para as aves e a carne de porco.

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O Banco Safra ressaltamos que este é apenas um ponto de dados ainda, e os resultados semanais preliminares da Secex podem ser altamente voláteis. No entanto, os números desta semana não parecem construtivos para os frigoríficos em geral, embora os volumes de exportação de carne bovina permaneçam consideravelmente altos, informa o banco.

O surto da doença de Newcastle em meados de julho pode explicar os baixos volumes de aves, mas o fato de que a carne bovina e suína também apresentaram quedas acentuadas poderia significar que outros fatores estão envolvidos ou que a semana passada foi apenas um caso atípico.

Em relação aos spreads, as exportações de carne bovina mostraram uma tendência melhor do que as de aves e suínos em agosto até agora.

Entre as empresas brasileiras listadas, a BRF é a mais exposta às exportações de aves e suínos, enquanto a Minerva é a mais exposta à carne bovina.

Exportações de carne bovina

Os volumes médios diários diminuíram significativamente na comparação semanal e mensal (embora os volumes em julho
tenham atingido níveis recordes).

Enquanto isso, os preços médios ficaram estáveis, o que deveria ser suficiente para manter os spreads estáveis sequencialmente, já que os preços da carne bovina tiveram um desempenho bastante semelhante aos preçoscdo gado em agosto.

Além disso, os preços da carne bovina começam a enfrentar compensações mais fáceis em uma base anual já em agosto. Os dados da Cepea/Esalq mostram que os preços do gado também foram baixos no mês de janeiro (em USD, -8% ano a
ano).

Além disso, entre as exportações de proteínas, a carne bovina parece ter se saído melhor do que a avicultura e a carne suína
neste mês até agora.

Exportações de aves

Os volumes médios diários diminuíram significativamente s/s e m/m. Após uma sequência de semanas com volumes médios diários fortes, podemos começar a ver um impacto retardado da doença de Newcastle nas exportações de aves, embora a queda sequencial em outras proteínas possa indicar que outros fatores também podem explicar o desempenho.

Além disso, os preços das aves domésticas permanecem baixos (um pouco estáveis s/s) e com um desempenho inferior aos preços dos grãos.

O Safra acredita que ainda é cedo para se preocupar, mas as faixas mais apertadas no futuro ‘podem ser uma bandeira amarela”.

Os preços dos grãos foram estáveis em agosto (-10% a/a, +2% m/m para o milho em US$ e -2% m/m para a soja em US$).

Exportações de carne de porco

Os volumes diários médios também recuaram significativamente s/s e m/m, com um desempenho abaixo de outras proteínas em agosto até agora.

Novamente, como os dados do Secex são preliminares, pode haver alta volatilidade nos dados semanais. Em uma nota mais positiva, os preços médios melhoraram s/s, levando a uma mudança de agosto em comparação com julho.

Como resultado, o spread de carne de porco indica uma ligeira melhoria no futuro, apresentando um desempenho semelhante em relação aos preços dos grãos.