Falta de peças é passageira, diz Sindipeças
Entidade que representa os fornecedores disse que situação deve se normalizar até o início do segundo trimestre
09/03/2021A falta de peças para a indústria automotiva deve se normalizar até o início do segundo trimestre.
A informação foi dada em um seminário virtual nesta terça-feira, 9, por Dan Ioschpe, presidente do Sindipeças, entidade que representa os fornecedores das montadoras.
De acordo com Ioschpe, a falta de peças foi possivelmente mais forte no Brasil do que em outros países, “com a recuperação de produção mais forte do que o previsto”.
“É natural que isso acontecesse porque temos uma cadeia longa, diferente de um sistema em que apenas se montam as peças”, explicou Ioschpe.
Falta de peças e componentes eletrônicos
O presidente do Sindipeças ponderou, no entanto, que deve persistir por mais tempo a falta de peças e componentes eletrônicos, que neste momento são os mais demandados pela indústria.
O motivo é a escassez de chips produzidos, em maior parte, na Ásia e que concentra o maior gargalo de abastecimento das fábricas.
As montadoras vêm há meses apontando insuficiência de materiais como aço, resinas e borracha (pneus). Porém, o quadro se agravou com a falta de eletrônicos, levando a paralisações completas ou parciais mais frequentes e prolongadas nas fábricas.
O Sindipeças afirma que a perda de estoques intermediários de componentes – consumidos no primeiro choque da pandemia, quando as empresas precisavam fazer caixa – gerou urgência de suprimento na retomada das atividades.
Como consequência, houve ruptura na cadeia que levou a pressões não só sobre os volumes, mas também sobre os custos de produção.
Apesar disso, Ioschpe mostrou confiança numa solução de curto prazo. “Exceto semicondutores, a gente está andando numa boa direção para sair dessa situação.”
Expectativas
O Sindipeças expera um crescimento de 14,6% no faturamento da indústria de componentes automotivos, para R$ 142,6 bilhões.
A cifra deriva de um crescimento de 20% projetado para a produção das montadoras.
O presidente da entidade afirmou estar mais preocupado com o agravamento da crise sanitária do que com a situação das peças. (AE)