Fed sinaliza alta do juro em março e Ibovespa desacelera
Comunicado do Federal Reserve cita avanço da vacinação e flexibilização das restrições, e adverte que os riscos continuam com novas variantes
26/01/2022O Federal Reserve (Fed) sinalizou nesta quarta-feira que planeja começar a aumentar sua taxa básica de juros em março, quando começa na prática a reverter suas políticas de taxas baixas da era da pandemia que impulsionaram a empregos e crescimento, mas também aumentaram a inflação.
O Ibovespa renovou a máxima após o comunicado e subia 1,80% às 16h45, aos 112.184 pontos. às 17h30 o índice desacelerou para uma alta de 1,02%, aos 111.328 pontos.
“O Comitê está com foco sobre a alta de juros em março, se as condições forem apropriadas”, destacou presidente do Federal Reserve, Jerome Powell, em entrevista coletiva após a reunião do Fed. “Mas também esperamos algum enfraquecimento da economia neste início de ano com Ômicron”,
O comitê informou que o tapering começa a ser retirado em março. “Pretendemos manter um volume de ativos adequado para implementar a política monetária. O Comitê continuará a monitorar as informações recebidas com relação às perspectivas econômicas e está preparado para ajustar a orientação da política conforme apropriado”, diz o documento.
O Comitê destacou que o progresso em vacinas e menos problemas na oferta devem apoiar a atividade e o emprego, assim como reduzir a inflação.
O comunicado alerta para o risco da pandemia e diz que a economia vai evoluir conforme a evolução dos índices de contágio. “O caminho da economia continua dependendo do curso do vírus. Espera-se que o progresso nas vacinas e a flexibilização das restrições de oferta apoiem os ganhos contínuos na atividade econômica e no emprego, bem como na redução da inflação. Os riscos para as perspectivas econômicas permanecem, inclusive de novas variantes do vírus”, diz o comunicado do Fed.
Os indicadores de atividade econômica e emprego continuaram a se fortalecer, diz o comunicado.
Comunicado do Federal Reserve cita melhores resultados no combate à pandemia nos EUA
“Os setores mais afetados negativamente pela pandemia melhoraram nos últimos meses, mas estão sendo afetados pelo recente aumento acentuado dos casos de COVID-19”, afirma o comunicado.
“Os ganhos de emprego têm sido sólidos nos últimos meses, e a taxa de desemprego diminuiu substancialmente. Desequilíbrios de oferta e demanda relacionados à pandemia e à reabertura da economia continuaram contribuindo para níveis elevados de inflação. As condições financeiras gerais permanecem acomodatícias, em parte refletindo medidas políticas para apoiar a economia e o fluxo de crédito para famílias e empresas dos EUA”, acrescenta o documento.
Confira aqui a íntegra da decisão do Fed.
O Comitê Federal de Mercado Aberto (Fomc, na sigla em inglês) do Federal Reserve (Fed, o banco central norte-americano) anunciou a intenção de começar a reduzir o balanço de ativos após o início do ciclo de altas do juro básico.
Em comunicado, o Fomc disse pretender reduzir o balanço de ativos ao longo do tempo "de forma previsível", principalmente ajustando os valores reinvestidos de pagamentos recebidos de ativos mantidos na Conta de Mercado Aberto do Sistema (Soma, na sigla em inglês).
Ao longo do tempo, o Comitê informou pretender manter uma carteira de títulos em montantes necessários para implementar a política monetária de forma "eficiente e eficaz" em seu amplo regime de reservas.
No longo prazo, a intenção é manter títulos do Tesouro especialmente na Soma, "minimizando o efeito das participações do Federal Reserve na alocação de crédito entre setores da economia", diz comunicado.
O dirigentes garantiram estar preparados para fazer qualquer ajuste necessário e reforçaram seu compromisso com a meta de máximo emprego e estabilidade de preços. (Com AE)