Fed reduz juro em meio ponto no primeiro corte desde 2020
Na primeira redução dos juros em quatro anos, o Federal Reserve anunciou o corte das taxas para o intervalo entre 4,75% e 5%
18/09/2024O Federal Reserve, banco central dos Estados Unidos, cortou as taxas de juros na quarta-feira pela primeira vez desde o início de 2020. As autoridades do Fed cortaram os custos de empréstimos em meio ponto percentual, uma redução anormalmente grande, destacou o site do New York Times. Parte do mercado esperava um corte menor, de 0,25 ponto percentual.
Com a decisão, os juros básicos nos EUA caem para a faixa entre 4,75% a 5,00% ao ano, informou o Fed em comunicado divulgado às 15h desta quarta-feira, 18. “O comitê ganhou maior confiança de que a inflação está se movendo de forma sustentável em direção a [meta de] 2% e julga que os riscos para alcançar suas metas de emprego e inflação estão aproximadamente equilibrados”, afirma o comunicado do comitê de política monetária dos EUA.
O comunicado informa que os dirigentes da autoridade monetária veem a taxa de referência caindo mais meio ponto percentual até o fim de 2024, mais um ponto percentual em 2025 e meio ponto percentual em 2026, chegando à faixa de 2,75% a 3% no fim do ciclo de ajuste.
Segundo o Banco Safra, a decisão do Fed pode trazer maior volatilidade ao mercado de ações e aumentar os volumes de negociação. No entanto, os especialistas do Banco Safra tendem a preferir estar expostos aos bancos. A preferência é para o Itaú (ITUB) e Bradesco (BBDC) , ou BTG Pactual (BPAC) nos mercados de capitais, devido à sua diversificação de receitas e maior resiliência em condições perturbadas do mercado.
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Os últimos dados econômicos divulgados nos EUA mostraram sinais de desaceleração mais intensa em determinados segmentos, o que preocupou o mercado inicialmente, mas um cenário de recessão parece improvável.
Os especialistas do Safra acreditam que o início da queda nos juros norte-americanos vai beneficiar os mercados acionários.
O Banco Safra analisou o desempenho das bolsas norte-americanas, dos setores do S&P 500 e de mercados emergentes durante os ciclos de cortes de juros realizados pelo Federal Reserve. Os dados analisados referem-se ao período de seis meses após o fim dos ciclos de cortes de juros, e entre o último corte e o início do ciclo de alta nos juros.
O levantamento indica que o período de seis meses que sucede o fim de um ciclo de cortes de juros costuma ser positivo para os mercados, em especial para as bolsas de países emergentes (Índia e Brasil se destacam com valorizações médias de 34,5% e 31,4%, respectivamente). Considerando o período em que os juros ficaram baixos (do fim do ciclo de corte até o próximo ciclo de alta), todas as bolsas tiveram performances positivas.
O Banco Safra espera que a inflação nos Estados Unidos deverá atingir a meta estabelecida pela autoridade monetária sem provocar uma desaceleração brusca na atividade econômica, abrindo espaço para redução da taxa de juros.
Apesar de alguns dados recentes terem levantado preocupações quanto à velocidade da desaceleração da economia nos EUA, o indicador da Bloomberg que mensura a possibilidade de uma recessão na economia norte-americana ao longo dos próximos 12 meses mostra 30% de probabilidade de recessão, o menor nível do último ano.
Nos últimos 30 anos, Fed promoveu cinco ciclos de corte de juros. O Safra analisou o desempenho histórico do PIB dos EUA ao longo dos últimos 30 anos e destaca que os ciclos de corte de juros normalmente aconteceram em momentos de desaceleração da atividade econômica.
Em apenas dois dos cinco eventos houve recessão econômica: em 2009 por conta da Crise do Subprime nos EUA; e em 2020, por conta da pandemia de covid-19.
Os últimos dados econômicos divulgados nos EUA têm mostrado sinais de desaceleração mais intensa em determinados segmentos, o que preocupou inicialmente o mercado, mas um cenário de recessão parece improvável.