Federal Reserve acelera ritmo de redução de estímulos
Com inflação em alta e recuperação do mercado de trabalho, o banco central dos Estados Unidos acelera a redução dos estímulos monetários
15/12/2021Em meio à alta da inflação e à recuperação no mercado de trabalho nos Estados Unidos, o Federal Reserve (Fed, o banco central americano) decidiu acelerar o ritmo de redução das compras de títulos a US$ 30 bilhões por mês a partir de janeiro, dos US$ 15 bilhões que foram anunciados previamente.
O Comitê Federal de Mercados Abertos (Fomc), responsável pela decisão, decidiu também anunciou que vai manter a meta da sua taxa de juros de referência estável entre zero e 0,25% (íntegra da decisão em inglês). Porém, a expectativa agora é de que haja três aumentos na taxa de juros no ano que vem.
A redução nas compras de títulos do Tesouro americano (Treasuries) será de será de US$ 20 bilhões e a de títulos hipotecários (MBS) de US$ 10 bilhões por mês.
Em janeiro, as compras ficarão em US$ 40 bilhões em Treasuries e US$ 20 bilhões em MBS, indicando que o processo de redução das compras deve terminar em março.
A decisão foi tomada por unanimidade, com todos os 11 integrantes do Fomc com direito a voto neste ano concordando com a decisão.
Federal Reserve evitou termo ‘transitório’ para a inflação
O Fed não usou o termo “transitório” em referência à inflação no texto, ainda que tenha reiterado que o salto dos preços ainda se deve amplamente ao desequilíbrio entre oferta e demanda, durante a reabertura econômica e agravado pelas interrupções na cadeia de abastecimento de bens e serviços.
O Fed americano disse que economia ainda sobre os efeitos da trajetória do vírus da covid-19, e que o progresso com as vacinas e o alívio dos gargalos de oferta devem garantir continuidade da recuperação econômica e do mercado de trabalho.
O Fed deu o primeiro passo para retirar a ajuda à economia em novembro, quando anunciou uma desaceleração do programa de compra de títulos que estava em vigor desde o começo da pandemia.
Desde a última reunião de política monetária, novos dados mostraram que os preços ao consumidor estão subindo no ritmo mais rápido em quase 40 anos e a taxa de desemprego caiu para 4,2%, muito abaixo de seu pico.