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Federal Reserve vê retomada antes do previsto

Presidente do Fed, Jerome Powell, diz que aumento de juros está longe e que recuperação tem sido mais rápida do que o esperado

Jerome Powell

Jerome Powell disse estar otimista com as perspectivas da economia americana para os próximos anos / Foto: Divulgação

O presidente do Federal Reserve (Fed, o banco central norte-americano), Jerome Powell, afirmou que a economia dos Estados Unidos pode retomar o nível de atividade pré-pandemia “muito antes” do que o previsto. Durante um evento virtual organizado pela Universidade de Princeton, o dirigente ressaltou que a política fiscal tem sido fundamental na crise.

De acordo com Powell, a dívida pública americana está crescendo em ritmo mais rápido do que a economia atualmente, o que ele considera “insustentável”. Porém, o dirigente afirmou que o nível total da dívida é sustentável. Powell negou que a dívida pública americana afete a política monetária.

“Estou otimista sobre a economia dos EUA nos próximos anos”, afirmou Powell, ao mencionar o início da vacinação contra a covid-19 no mundo.

O dirigente também declarou que o Fed “leva muito a sério” o estudo das moedas digitais e que a instituição ainda está nos estágios inicias de compreensão dos riscos financeiros que as mudanças climáticas podem representar.

Alta de juros ainda está distante

O presidente do Federal Reserve afirmou que o momento de aumentar os juros não está “nem um pouco próximo”. E que a instituição não irá mais apertar a política monetária.

De acordo com Powell, os Estados Unidos ainda estão “a um longo caminho” de alcançar o pleno emprego, uma das metas da autoridade monetária, juntamente com a estabilidade dos preços.

O dirigente declarou que uma alta de juros será necessária apenas se o nível de emprego começar a gerar pressão inflacionária ou outros desequilíbrios.

Powell também disse que o Fed não sente pressão de dominância financeira no momento. Segundo ele, a alavancagem no setor privado não está fora de controle e não há aumento nas falências.

Metas de inflação

O presidente do Federal Reserve afirmou que há muitas evidências de que os participantes do mercado têm ajustado as expectativas de inflação desde que a instituição adotou a nova meta, em agosto do ano passado.

O dirigente disse que a recuperação econômica prevista para 2021 pode pressionar os preços, mas ponderou que essa dinâmica não muda de forma rápida. “A inflação muito baixa é um problema muito maior a ser resolvido”, declarou Powell.

Em agosto de 2019, o Fed adotou uma nova meta de inflação média. Dessa forma, a instituição irá deixar a inflação ultrapassar 2% por algum tempo para compensar períodos em que esteve abaixo desse nível.

“As expectativas de inflação precisam estar bem ancoradas em 2%”, frisou o dirigente. Segundo Powell, a mudança na meta foi necessária devido ao cenário, pós-crise financeira de 2008, no qual os juros são mais baixos do que foram no passado mesmo em “tempos bons”. (AE)

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