Haddad prevê crescimento do Brasil acima de 2,5% neste e nos próximos anos
Ministro da Fazenda, Fernando Haddad, encerra a J. Safra Brasil Conference 2024 com uma mensagem de otimismo em relação à economia brasileira
25/09/2024A J. Safra Brazil Conference foi encerrada em tom otimista pelo ministro da Fazenda, Fernando Haddad, que antecipou um dia a sua volta de Nova York para participar do evento anual mais importante do Banco Safra, no Hotel Grand Hyatt São Paulo. Para uma plateia lotada de investidores e executivos das principais empresas brasileiras listadas em bolsa, o ministro disse que a economia brasileira deve crescer acima de 2,5% nos quatro anos do atual mandato.
Segundo Haddad, o Brasil deve manter um crescimento equivalente à média mundial. Ele destacou que várias agências de risco estão revisando e melhorando a nota de crédito do País, e acrescentou que a inflação de 2025 deve ser menor do que a apresentada em 2024. Ele destacou avanços como a aprovação da Reforma Tributária e do marco das garantias, que devem modernizar a economia.
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O ministro citou desafios importantes decorrentes da crise climática, como o risco de aumento de preço dos alimentos e da energia. O ex-ministro da Fazenda Joaquim Levy, diretor de Estratégia Econômica e Relações com Mercados no Banco Safra, citou outro desafio definido como “um bom problema”, representado pelo desemprego baixo. Ele disse ter ouvido de muitos empresários pelo interior do País que pretendem investir para crescer e enfrentam dificuldade de encontrar mão de obra disponível.
“Estamos em um momento de otimismo, com várias agências de risco reavaliando nossa nota de crédito, e há uma expectativa bem fundamentada de que isso vai continuar acontecendo no próximo ano”, afirmou Haddad. “O FMI fez dois relatórios muito generosos com a economia brasileira, com revisão do PIB potencial, e não vejo nenhuma razão para que o Brasil não cresça muito acima ou muito abaixo da média mundial, acima de 2,5% ao ano nos quatro anos do mandato”, afirmou Haddad.
Segundo destacou Haddad, o Brasil está trilhando um caminho bom, mas que inspira muito cuidado. “Eu sou muito otimista com a economia brasileira, mas você tem que ter no seu radar os obstáculos que ainda precisam ser superados. O ânimo tem que vir dos obstáculos que já foram superados, para você caminhar”, disse.
O ministro disse que o Congresso Nacional não tem atendido todas as demandas apresentadas pela equipe econômica, mas tem analisado todas elas. De acordo com ele, o papel do Ministério da Fazenda não é apenas técnico, pois também é necessário construir saídas políticas negociadas.
Sobre os recentes fenômenos climáticos extremos no Brasil, como a seca e as inundações no Rio Grande do Sul, Haddad afirmou que o governo está tomando as providências para que as coisas sejam superadas com o menor custo possível.
Fernando Haddad reafirma compromisso fiscal
Em relação ao equilíbrio fiscal, Haddad reafirmou o compromisso com o arcabouço, os impactos da reforma tributária e a importância da revisão de políticas de subsídios para setores econômicos. “Estamos em busca de medidas que beneficiem toda a população. Para que isso aconteça, precisamos de mais transparência sobre os recursos que a sociedade está abrindo mão”, afirmou.
Haddad defendeu o Programa Eco Invest Brasil – Mobilização de Capital Privado Externo e Proteção Cambial, iniciativa do Governo Brasileiro criada para facilitar a atração de investimentos privados estrangeiros essenciais para a transformação ecológica do país. O programa é parte do Plano de Transformação Ecológica do Brasil, que visa promover um novo modelo de desenvolvimento econômico mais inclusivo e sustentável.
“O Eco Invest é uma coisa maravilhosa, mais conhecida fora do que dentro do Brasil, com interessados no plano de transformação econlógica com os mecanismos de hedge que estão sendo construídos pelo BID, Banco Mundial e Tesouro Nacional”, comentou Haddad. Ele disse que o governo estuda medidas para estimular o crédito imobiliário e lembrou que o Brasil está “na lanterna” mundial em termos de apoio ao setor habitacional.
“Temos toda uma legislação que está sendo criada no Brasil, para hidrogênio verde, biocombustíveis, energia eólica e solar, mercado de carbono, entre portarias, decretos e lei, mais de cem iniciativas que abrangem até fertilizantes e minerais críticos, um conjunto de leis que devem ser aprovadas pelo Congresso e então teremos um arcabouço ecológico no Brasil, inclusive no capítulo financeiro, com debêntures incentivadas e outros mecanismos para a transformação ecológica”, afirmou.
“Vamos presidir a COP no ano que vem e o ideal é termos todo esse arcabouço aprovado até lá para dar o seu melhor em relação à transformação ecológica”, acrescentou.