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Galípolo diz que momento exige cautela e cita expectativas ‘desancoradas’

Presidente do Banco Central, Gabriel Galípolo, analisou o cenário da economia brasileira e o contexto internacional durante o J. Safra Macro Day

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Decisão do Copom confirma palavras do presidente do BC, Gabriel Galípolo, no J. Safra Macro Day: “As expectativas continuam desancoradas, e além das incertezas internacionais temos também a defasagem dos efeitos da política monetária”

O presidente do Banco Central, Gabriel Galípolo, reafirmou a preocupação do Banco Central com as expectativas de inflação acima da meta. Segundo ele, o nível de incerteza cresceu em abril, e passou a exigir maior cautela por parte da autoridade monetária.

“As expectativas continuam desancoradas, e além das incertezas internacionais temos também a defasagem dos efeitos da política monetária e a necessidade de maior flexibilidade e cautela”, diante do aumento da incerteza, são pontos que seguem em vigor”, afirmou Galípolo, ao participar do J. Safra Macro Day.

O presidente do BC afirmou que o Copom foi feliz na última no comunicado e na ata da última reunião do Comitê de Política Monetária (Copom). “Acho que fomos felizes na atualização do balanço de riscos em janeiro, que já sinalizava naquele momento um dos cenários”, comentou, ao analisar a possibilidade de desaceleração da economia global com o choque de tarifas comerciais promovido pelos Estados Unidos.

Segundo ele, o cenário descrito no balanço de riscos do Banco Central também ganhou destaque, com o risco de piora no comércio global após as medidas tarifárias decretadas pelo presidente Donald Trump.

‘Acho que esse cenário foi ganhando peso ao longo do primeiro trimestre, e em abril, com a escalada das tarifas, houve alguma dificuldade de descobrir uma racionalidade clara sobre a intenção do governo americano, e cruzamos a linha para um momento de aversão a risco, já que houve muita dúvida sobre o que é o ‘safe haven’ [ativo seguro]”, enfatizou Galípolo.

O presidente do BC citou os questionamentos sobre o nível de segurança exercido pelos ativos financeiros dos EUA e destacou as reações iniciais no câmbio e nos Treasuries, com desvalorização do dólar e aumento dos rendimentos dos títulos americanos, o que indica a venda dos papéis da dívida dos EUA. Nesse sentido, ele reforçou que as mensagens passadas na comunicação oficial do Copom em março continuam atuais.

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