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Primeira usina a gás natural do pré-sal funciona em 2023

Shell, Pátria Investimentos e Mitsubishi Hitachi investem R$ 2,5 bilhões na primeira usina térmica do pré-sal para gerar energia

Estração de gás plataforma marinha

Usina em Macaé (RJ) será a primeira pensada para agregar valor ao gás natural extraído nos campos marinhos do pré-sal | Foto: Getty Images

A primeira térmica a sair do papel para funcionar com o gás do pré-sal será a Marlim Azul, em janeiro de 2023.

O projeto de R$ 2,5 bilhões será operado pelo fundo Pátria Investimentos, em sociedade com a Shell e a Mitsubishi Hitachi Power Systems Americas (MHPS).

Os três investidores apostam no gás natural do pré-sal para gerar energia elétrica térmica a preço compatível com o das hidrelétricas, em um momento em que o Brasil enfrenta a mais grave crise hídrica em mais de um século.

Nesse projeto de R$ 2,5 bilhões, em construção no município de Macaé, no norte fluminense, o a vantagem competitiva está no preço do gás, utilizado como insumo, dizem os interessados.

A usina é a primeira pensada para agregar valor ao gás do pré-sal. A Shell vai fornecer a matéria-prima, extraída por ela própria da Bacia de Santos, a um valor mais competitivo, porque não será atrelado ao dólar e a cotações internacionais, como fazem concorrentes.

A Petrobras, por exemplo, alinha o preço de seu gás ao do produto importação. Na prática, seus clientes compram o produto brasileiro a preço do importado.

“Baixamos o preço (do megawatt-hora, MWh) e vamos ser chamados sempre. Nossa energia é mais barata do que a de hidrelétricas, e a previsão é despachar mais de 80% (da capacidade)”, disse Bruno Chevalier, presidente da Marlim Azul.

Usina vai gerar 565 MW com gás do pré-sal

Quando pronta, a usina terá capacidade para gerar 565 megawatt (MW), o suficiente para abastecer uma cidade de 2,5 milhões de habitantes. Metade da construção foi concluída, e os principais equipamentos já estão no Brasil.

Uma nova unidade pode ser instalada no mesmo terreno. Mas, para isso, o projeto deve ser contratado em novo leilão, o que dificilmente vai acontecer ainda neste ano.

Marlim Azul, assim como outras térmicas planejadas para Macaé, surgiu do empresário Hugo Crespo, do Grupo Vale Azul. A estratégia do GVA é desenvolver projetos de infraestrutura que superam sua capacidade de investimento.

Assim, ele se associa a parceiros de grande porte e, quando o projeto está maduro e na fase de decisão de investimento, o grupo vende sua participação. O GVA começou a desenvolver térmicas e licenciá-las em 2008.

Além das térmicas do GVA e de Marlim Azul, o Estado do Rio de Janeiro já licenciou usinas da EDF, Eneva, MHPS e GPE. Os investimentos reforçam a produção em um momento em que os reservatórios das hidrelétricas estão em níveis críticos por falta de chuvas. (AE)

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