Gerdau aumenta receita e lucro e vê demanda 4% maior em 2022

A Gerdau encerrou o primeiro trimestre de 2022 com lucro líquido de R$ 2,9 bilhões, uma alta de 19% na comparação anual. Já receita líquida da companhia alcançou R$ 20,3 bilhões entre janeiro e março, um aumento de 24% sobre o mesmo período do ano anterior.

“A receita líquida apresentou expressivo aumento, devido aos melhores preços praticados no comparativo com o primeiro trimestre de 2021”, informou a Gerdau.

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O lucro antes juros, impostos e amortização (Ebitda, na sigla em inglês) ajustado foi de R$ 5,8 bilhões, com margem Ebitda ajustada de 28,7%, recorde para o período entre janeiro e março. O resultado foi influenciado por níveis elevados de demanda por aço dos setores da construção e industrial na América do Norte.

O Ebitda ajustado da operação na região triplicou entre janeiro e março na comparação anual, atingindo o valor recorde para um trimestre de R$ 2,7 bilhões, com margem Ebitda ajustada recorde de 33%.

Segundo o presidente da companhia, Gustavo Werneck, a operação na América do Norte deve manter o desempenho positivo nos próximos meses em razão dos investimentos em infraestrutura no Estados Unidos que devem ser destravados. O governo americano aprovou um pacote de mais de US$ 1 trilhão.

“Temos perspectivas positivas para a região, tanto é que temos uma carteira de pedidos para 80 dias de vendas, acima do nosso nível histórico”, disse Werneck. “Em razão disso, devemos manter o patamar de utilização da capacidade acima de 90% nas unidades na região.”

Na operação norte-americana, a Gerdau produziu 1,21 milhão de toneladas, queda de 3% no comparativo com janeiro a março de 2021. Já as vendas de aço somaram 1,09 milhão de toneladas, recuo também de 3%.

Ao todo, no primeiro trimestre a companhia produziu 3,4 milhões de toneladas, o que representou alta de 8%. Já as vendas no período somaram 3 milhões de toneladas, uma queda de 1% no comparativo com janeiro a março de 2021.

Gerdau deverá vender 5 milhões de toneladas este ano no Brasil

“Estimamos que a demanda real no Brasil deverá crescer cerca de 4%, tanto é que devemos chegar a um mercado de 5 milhões de toneladas”, disse Werneck. “Esse volume deve ser puxado pela construção civil que está em seus níveis recordes e a demanda por vergalhão está alta.”

Werneck ressaltou que, mesmo com o ciclo de alta de juros no país (com taxa Selic em 12,75% ao ano 0, o setor de construção civil deve continuar comprando este ano. “Devemos ter um arrefecimento, por causa dos juros, em 2023”, disse o executivo. “Mesmo assim, essa queda na demanda deve ser compensada pelo aumento dos pedidos para o setor de infraestrutura no Brasil, pois são muitas obras que devem ser destravadas.”

No primeiro trimestre, a Gerdau produziu no Brasil 1,52 milhão de toneladas, uma alta de 18%. Já as vendas somaram 1,38 milhões de toneladas, evolução de 8%. Desse volume, as exportações, segundo o executivo, somaram 299 mil toneladas um crescimento de 512%.

“As vendas externas chegaram a uma participação de 25% neste trimestre e, historicamente, era algo em torno de 10%”, disse Werneck. “Estamos monitorando essa demanda e acreditamos que no segundo trimestre deverá ser menor.”

O executivo afirma que a operação brasileira opera com uma carteira de pedidos em torno de 45 dias de vendas, acima da média histórica de até 30 dias.

Ao longo do primeiro trimestre de 2022, a Gerdau investiu R$ 593 milhões, sendo R$ 437 milhões em manutenção e em iniciativas de expansão e atualização tecnológica e R$ 156 milhões em investimentos em melhorias de práticas ambientais.

“Estes investimentos contemplam expansão de ativos florestais, atualização e aprimoramento de controles ambientais, incrementos tecnológicos que resultam em eficiência energética e redução de emissões de gases de efeito estufa”, informou a companhia.