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O você precisa saber sobre gestão sustentável

Consultoria PwC lista recomendações para empresas interessadas em estratégias nas áreas ambiental, social e de governança

Globo segurado com as duas mãos erguidas

Cabe aos conselhos de administração tomar as iniciativas para dirigir a companhia no sentido da sustentabilidade. Foto: Getty Images

Questões de natureza ambiental, social e de governança (ASG ou ESG na sigla em inglês) se tornaram indicadores da visão de longo prazo de uma empresa por parte de clientes, fornecedores e outros interessados.

Criar uma boa estratégia de gestão alinhada com os conceitos ESG significa mostrar ao mundo uma visão sustentável.

De olho nessa necessidade da direção dos negócios, a consultoria de gestão PwC concluiu um estudo que ajuda os conselhos de administração de grandes corporações a traçarem uma estratégia ASG própria.

O documento “ESG no conselho: o que os conselheiros precisam saber” elenca recomendações que partem da identificação do posicionamento em sustentabilidade da empresa.

As diretrizes passam pelos benefícios gerados à área de gestão de riscos e terminam nas formas de se comunicar com acionistas a respeito dos temas envolvidos nesse leque amplo.

Mapeando a situação

A relevância da sustentabilidade nas pautas de conselhos de administração tem crescido a cada ano em todo o mundo.

Dados da tradicional pesquisa anual com diretores executivos (2020 Annual Corporate Directors Survey, no inglês), feita pela própria PwC nos Estados Unidos, mostram que 45% das lideranças tratam de questões ASG regularmente nas reuniões. Em 2019, esse percentual era de 34%.

Foram entrevistados ao todo 693 diretores de companhias americanas de capital aberto, sendo que 75% das corporações registram mais de US$ 1 bilhão em receitas por ano.

As empresas da amostra atuam em mais de uma dúzia de setores como bancário e mercado de capitais, bens de consumo, imobiliário, tecnologia e energia.

“Os investidores estão impelindo as empresas a incorporar aspectos ESG em suas estratégias de longo prazo, evocando o tema em contratos e usando as propostas de acionistas para forçar as empresas a agir”, afirma Mauricio Colombari, sócio e líder ESG da PwC.

O estudo sobre ESG no conselho de administração orienta as lideranças a identificar em que nível de amadurecimento a companhia se encontra sobre o assunto.

Vanguardistas ou retardatárias

O estudo sobre ESG no conselho de administração orienta as lideranças a identificar em que nível de amadurecimento a companhia se encontra sobre o assunto.

De acordo com a consultoria, as corporações podem ser “retardatárias”, “intermediárias” ou “vanguardistas” no tripé sustentável.

As retardatárias precisam de ações de estímulo urgentes partindo do conselho de administração para que a empresa como um todo volte suas ações para o mundo ASG.

Empresas intermediárias devem alocar cada vez mais tempo das reuniões do conselho para o tema e desenvolver processos sistemáticos de identificação de riscos.

Já companhias mais maduras na estratégia ASG devem se preocupar em contar muito bem a história das ações para não deixar investidores no escuro.

A partir dessa classificação, são propostas atitudes aos executivos para que os mesmos desenhem uma estratégia ESG, de acordo o momento.

Gestão de riscos

Um dos benefícios destacados pela PwC de seguir uma estratégia ASG está na evolução do trabalho de mapear riscos e de tomada de atitudes de caráter preventivo.

Para a consultoria, empresas que abordam corretamente questões ESG têm programas de gestão de riscos corporativos (ERM) mais confiáveis e que ajudam na inovação e redução de custos.

De quebra, relatórios e comunicações oficiais são feitas de modo mais coeso e transparente – o que é bem visto pelos investidores.

Mas nessa esteira da performance financeira, fica um alerta sobre a conscientização dos conselheiros de grandes corporações.

A pesquisa de 2020 da PwC com diretores executivos de diversos setores da atividade econômica americana mostra que 38% dos entrevistados acreditam que questões ASG têm impacto nas finanças. Em 2019, o percentual registrado foi de 49%.

Comunicação e estratégia ASG

Como mencionado anteriormente, a comunicação das ações ESG de uma empresa faz brilhar os olhos dos investidores.

Iniciativas de padronização de relatórios de sustentabilidade começaram a surgir para apoiar as empresas nesse sentido. As principais estão elencadas no estudo da PwC.

“Os investidores querem entender os planos de criação de valor das empresas no longo prazo com base em informações confiáveis e padronizadas. Só que muitas organizações não fornecem as informações adequadas e no formato esperado”, afirma Colombari.

A Global Report Initiative (GRI), organização sem fins lucrativos fundada em 1997, criou um modelo multi-stakeholder de relatório. O documento é utilizado por mais de 30 mil organizações em todo o mundo.

Outra entidade líder na área é o Sustainability Accounting Standards Board (SASB). Em 2018, o SASB publicou padrões para empresas de 77 setores divulgarem relatórios financeiros com olhar voltado à sustentabilidade.

Por fim, o Fórum Econômico Mundial divulgou um conjunto de métricas universais para prestação de informações sobre temas ASG. O relatório com diretrizes foi construído em parceria com o Bank of America e grandes empresas de auditoria globais.

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