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Gigantes de matérias primas destacam cenário de riscos locais e globais

Vale, Suzano e Aura Minerals recebem classificação de compra e Klabin tem recomendação neutra diante do cenário macroeconômico

matérias primas

J. Safra Basic Materials Day 2025, no Rio de Janeiro, reuniu investidores e executivos de grandes indústrias de matérias primas | Foto: Getty Images

As grandes empresas que atuam nos segmentos e matérias-primas básicas enfrentam condições de mercado saudáveis a curto prazo para a demanda e os preços de seus respectivos produtos. No entanto, todas destacam a alta incerteza gerada por riscos macroeconômicos locais e estrangeiros, segundo relatório do Banco Safra.

Nos dias 10 e 11 de março, o Safra promoveu o J. Safra Basic Materials Day 2025, no Rio de Janeiro, com reuniões entre investidores e executivos da Vale, Aura Minerals e Suzano, todas classificadas com recomendação de compra, além da e Klabin, classificada como neutra.

Diretrizes recentes da reunião do Congresso Nacional do Povo da China (NPC) e dados do setor imobiliário aumentaram o otimismo geral do mercado, mas as consequências das tarifas dos EUA permanecem incertas.

Os especialistas do Banco Safra destacam um compromisso geral com o controle de custos e decisões adequadas de alocação de capital.

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Vale

A Vale (VALE3) espera que a produção de aço da China permaneça próxima de 1 bilhão de toneladas em 2025, com demanda doméstica estável e exportações menores. Do lado da oferta, a produção de minério de ferro do Brasil pode aumentar, a da Austrália pode permanecer relativamente estável e as exportações da Índia podem cair significativamente.

Os preços do minério de ferro são sustentados em torno dos níveis atuais, com potencial de alta se a China implementar medidas de estímulo mais fortes, enquanto a perspectiva de prêmios de qualidade permanece incerta.

A Vale continua com sua estratégia de “valor sobre volume”, otimizando seu portfólio e aumentando a flexibilidade dos produtos. A empresa analisa os ativos da Bamin como qualquer outra oportunidade de investimento, mas não tem obrigação de persegui-los, enquanto uma possível venda de sua participação na Aliança Energia poderia apoiar uma distribuição especial de dividendos.

O Safra acredita que os municípios provavelmente aceitarão o acordo de Mariana, enquanto o processo judicial no Reino Unido está progredindo, mas uma conclusão não está próxima.

Aura Minerals

Os preços do ouro permanecem fortes em US$2.900/oz, impulsionados pela maior demanda dos bancos centrais devido à aversão ao risco.

A Aura (AURA33) opera no segundo quartil da curva de custos, mas as perspectivas de médio prazo parecem boas com a contribuição de volume de:

  • (i) Borborema;
  • (ii) Matupa; e
  • (iii) alta qualidade de Nosde.

A Aura explorou apenas 10%–15% de seus direitos minerários totais no Brasil, portanto, tem um potencial significativo de exploração para estender a vida útil das minas no país. Atualmente negociando a 0,5x P/NAV, abaixo dos pares juniores a intermediários de 0,7x–0,9x, a Aura visa alcançar uma capacidade de produção de 450koz até 2027, posicionando-se entre os produtores intermediários. Aumentar a liquidez é crucial para fechar a lacuna de avaliação.

Suzano

A carteira de pedidos da Suzano (SUZB3) permanece forte e o mercado de BHKP da China está equilibrado. A perspectiva de preços de curto prazo da celulose melhorou após o Ano Novo Lunar, impulsionada por ajustes na oferta e demanda sólida, embora as incertezas do lado da oferta persistam.

As despesas de gastos gerais e administrativos (G&A) da Suzano aumentaram no quarto trimestre de 2024 devido a fatores temporários, como aumento da compensação variável e custos de dupla-CEO, mas devem se normalizar no primeiro trimestre de 2025.

A recuperação da Pactiv está progredindo bem com a renegociação bem-sucedida dos contratos de preços, e a empresa está otimista sobre as perspectivas para essa operação. A Suzano continua a priorizar a integração de ativos e a desalavancagem, enquanto avalia a alocação de capital entre crescimento orgânico, M&A e recompra de ações.

Klabin

No segmento de Celulose, uma decisão sobre os aumentos de preços de polpa kraft de madeira dura branqueada (BHKP) anunciados para março só será tomada após a Shanghai Pulp Week. Dito isso, apoiando o movimento, a Bracell retirará do mercado o equivalente a 350kt de celulose de madeira no 2T24 e a capacidade interrompida da Chenming não foi reiniciada.

No Papel, os preços do kraftliner começaram o ano fortes e a demanda por papel revestido permaneceu sólida. Na Embalagem, a demanda pode acompanhar o PIB + 1% e os preços devem crescer em linha com a inflação.

Para 2025, o crescimento do volume de produção da Klabin (KLBN11) é projetado em 200kt, com o papelão ondulado como principal impulsionador, apesar da mudança na produção da MP28 para papel revestido.

No lado financeiro, a Klabin visa reduzir sua dívida líquida/EBITDA em USD para abaixo de 3x — consistente com sua meta de alavancagem de 2,5x–3,5x fora dos ciclos de investimento —, progredindo com a transação do Plateau, enquanto equilibra o endividamento com dividendos e possíveis recompras de ações. O Banco Safra acredita que os projetos de crescimento estão condicionados à empresa atingir a alavancagem desejada.

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