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Guedes defende privatização da Petrobras e ações disparam

Informação sobre intenção do governo de vender o controle da Petrobras eleva o valor das ações da empresa e Ibovespa a fecha em alta de 2,28%

Petrobras

O ministro da Economia, Paulo Guedes, defendeu proposta do presidente e disse que empresa perderá todo o valor em dez ou 20 anos | Foto: Getty Images

O ministro da Economia, Paulo Guedes, voltou a sinalizar, nesta segunda-feira, 25, apoio à privatização da Petrobras, como uma forma de extrair mais rápido o petróleo e gás natural brasileiros. Mais cedo, o presidente Jair Bolsonaro também sinalizou que a possibilidade já esteve no radar do governo.

A Petrobras comunicou  que indagou o governo federal, seu acionista controlador, por meio do Ministério da Economia (ME), sobre a existência ou não de estudos sobre possível venda de ações da companhia ou de qualquer outro fato relevante que deva ser divulgado ao mercado, nos termos da Resolução CVM 44/2021.

O Ministério da Economia estuda a possibilidade de, por meio de um projeto de lei, abrir mão de ações ordinárias e ações preferenciais que a União tem da Petrobras.

Informação sobre privatização da Petrobras impulsiona Ibovespa, que fecha em alta de 2,28%

A informação de que o governo estuda vender ações e perder maioria na estatal, segundo apurou a rede CNN, contribuiu para que as ações da empresa acentuassem a alta depois do meio da tarde, levando o Ibovespa acima dos 109 mil pontos nos melhores momentos da sessão. Bolsa fechou em alta de 2,28%, aos 108.714,55 pontos.

Desde a manhã, o desempenho do Ibovespa foi impulsionado pelas ações da Petrobras (ON +6,13%, PN +6,84%). Desde a manhã, o desempenho do Ibovespa foi impulsionado pelas ações da Petrobras (ON +6,13%, PN +6,84%).

O volume de venda seria o necessário para que fizesse com que a União deixasse de ser a acionista majoritária da estatal. Mesmo sem a maioria das ações, o governo manteria a golden share, ou seja, a prerrogativa de indicar o presidente da estatal e vetar operações das quais discorde.

Para Guedes, empresa perderá todo valor em dez ou 20 anos

“O presidente Bolsonaro falou que estudaria o que ia fazer com a Petrobras. Afinal de contas, se estamos com crise hídrica e tivemos escândalo de corrupção, são 30 a 40 anos de monopólio no setor elétrico e no setor de petróleo. E, se daqui a 10 ou 20 anos, o mundo inteiro migra para hidrogênio e energia nuclear, abandonando o combustível fóssil. A Petrobras vai valer zero daqui a 30 anos. E deixamos o petróleo lá embaixo com uma placa de monopólio estatal em cima”, ironizou, em cerimônia de lançamento do Plano Nacional de Crescimento Verde no Palácio do Planalto”, disse Paulo Guedes.

Para Guedes, o objetivo é tirar o petróleo o mais rápido possível para transformar a riqueza em educação, investimentos e tecnologia. “Tem que sair mais rápido. Não adianta ficar uma placa dizendo que é estatal e o petróleo não sai do chão. E quando sai, sai com corrupção. Se houve a maior roubalheira da história no ‘Petrolão’ e agora o preço do petróleo só sobe, o que o povo brasileiro ganha com isso?”, questionou.

Ele destacou que as ações da Petrobras subiram 6% após o presidente Jair Bolsonaro dizer que iria estudar meios para privatizar a empresa. “Em mais duas ou três semanas, são R$ 15 bilhões criados. Isso não existia, não é tirar do povo. É uma riqueza que estava destruída, bastou o presidente dizer que ia estudar que o negócio saiu subindo. Não dá para dar R$ 30 bilhões para os mais frágeis (no Auxílio Brasil)?”, completou.

Na manhã desta segunda, em entrevista à rádio Caçula FM, do Mato Grosso do Sul, Bolsonaro, que já defendeu por várias vezes a privatização da estatal, afirmou que já tinha colocado sua equipe econômica para estudar o assunto, mas destacou as dificuldades em lidar com o tema: “Não é colocar na prateleira e quem dá mais leva embora.”

Na avaliação de Bolsonaro, privatizar a empresa não dá a garantia de que ela vai crescer. De acordo com o presidente, tirar o monopólio do combustível do Estado abre a possibilidade de os problemas com os combustíveis ficarem na mesma coisa “ou talvez pior”.

Presidente comenta antecipa reajuste de preços de combustíveis

O chefe do Executivo voltou a falar hoje sobre os preços dos combustíveis após afirmar, na semana passada, que o País estava “na iminência de mais um reajuste”. “Vem reajuste de combustível? Vem. Queria que não viesse”, pontuou. Hoje, porém, ele disse que o aumento é uma “realidade” e, assim, “temos que enfrentar”.

Nesta segunda, a Petrobras confirmou a afirmação do presidente ao anunciar um reajuste de 9,2% no preço do óleo diesel e de 7% no da gasolina a partir desta terça. O preço médio de venda da gasolina A da Petrobras, para as distribuidoras, passará de R$ 2,98 para R$ 3,19 por litro. Já para o diesel, o preço médio de venda da Petrobras, para as distribuidoras, passará de R$ 3,06 para R$ 3,34 por litro. (AE)

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