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Coronavac tem 78% de eficácia no Brasil

Instituto Butantan encaminha hoje à Anvisa o pedido para o uso emergencial do imunizante na vacinação contra a covid-19

Vacinas contra a covid-19

Instituto Butantan registra hoje pedido para uso emergencial da vacina desenvolvida na VChina/ Foto: Getty Image

O governo de São Paulo anunciou que a Coronavac tem 78% de eficácia. A vacina foi desenvolvida pela farmacêutica chinesa Sinovac em parceria com o Instituto Butantan.

O instituto vai solicitar agora à Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) a autorização para uso emergencial do imunizante. Representantes dos dois órgãos se reuniram na manhã desta quinta-feira, 7 de janeiro.

O governo João Doria informou que o imunizante apresentou 100% de eficácia na prevenção de casos graves da doença.

A eficácia de 78% foi na redução de casos leves de covid-19 ou que exigiram atendimento ambulatorial. Já para casos moderados, graves ou que exigiram internação hospitalar, a proteção foi de 100%.

“A vacina tem alto grau de eficiência e eficácia contra a covid-19. Hoje, pela manhã, o Butantan iniciou o pedido de uso emergencial junto à Anvisa. O objetivo é iniciar a vacinação no dia 25 de janeiro, como programado, e fornecer para todo o Brasil através do Ministério da Saúde”, declarou Doria, que chamou a data de “um dia histórico”.

Japão declara estado de emergência

O Japão declarou estado de emergência de um mês na capital, Tóquio, e em três cidades vizinhas para tentar conter a disseminação de infecções por coronavírus.

A medida foi tomada nesta quinta-feira, 7 de janeiro, depois que o número de casos em menos de 24h atingiu recorde de mais de 7 mil infecções.

O governo anunciou que o período de restrição deve ser de 8 de janeiro a 7 de fevereiro nas prefeituras de Tóquio, Saitama, Kanagawa e Chiba, cobrindo cerca de 30% da população do país.

Mais cidades japonesas consideram pedir ao governo a implementação do estado de emergência

Os esforços de impedimento da propagação do vírus do governo japonês são acompanhados da preparação para as Olimpíadas, programadas para início em 23 de julho até 8 de agosto.

Segundo o The Guardian, o Comitê Olímpico Internacional está trabalhando para priorizar os atletas a receberem a vacina para que os Jogos de Tóquio possam prosseguir com segurança.

O aumento do número de casos no Japão e o surgimento de novas variantes do vírus levam a um desejo crescente de vacinar os atletas nas próximas semanas e meses. Antes da declaração de bloqueio na capital japonesa, o governo metropolitano de Tóquio declarou que as exibições da tocha olímpica na cidade foram adiadas.

Austrália inicia vacinação

A Austrália anunciou que iniciará a vacinação da covid-19 em meados de fevereiro, antes com previsão para final de março. O país começará administrando o imunizante de duas doses desenvolvido pela Pfizer em parceria com a BioNTech, que deve ser aprovado pelo órgão regulador do país antes do final deste mês, disse o primeiro-ministro australiano, Scott Morrison. O processo de aprovação da vacina da Universidade de Oxford com a AstraZeneca deve ser concluído em fevereiro, afirmou.

União Europeia aprova vacina da Moderna

Após a recomendação do Comitê de Medicamentos Humanos, a União Europeia aprovou a autorização para uso emergencial da vacina contra o coronavírus da farmacêutica Moderna.

“Estamos fornecendo vacinas seguras e eficazes da covid-19 para os europeus”, escreveu em sua conta oficial no Twitter a presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, ao anunciar a decisão.

A vacina da Moderna tornou-se um símbolo de triunfo dos cientistas do governo americano durante a pandemia. Depois que a China liberou a sequência genética do novo vírus no início de janeiro, cientistas da Moderna e dos Institutos Nacionais de Saúde puderam concluir o projeto da vacina em apenas dois dias.

“Como acontece com todos os medicamentos, monitoraremos de perto os dados sobre a segurança e eficácia da vacina para garantir a proteção contínua do público da UE”, disse em nota Emer Cooke, diretor executivo da Comitê de Medicamentos Humanos. “Nosso trabalho será sempre orientado por evidências científicas e nosso compromisso de proteger a saúde”, acrescentou.

A vacina da Moderna contra a covid-19 mostrou eficácia de 94,1% em estudos de fase três e deve ser administrada em duas doses, com 28 dias de intervalo.

Alemanha terá lockdown até fim de janeiro

A chanceler da Alemanha, Angela Merkel, afirmou nesta terça-feira, 5 de janeiro, que o país estenderá seu bloqueio nacional até o fim de janeiro, a fim de frear o aumento de infecções pelo novo coronavírus, segundo informou a agência de notícias Reuters.

O Reino Unido também iniciou lockdown esta semana que pode durar até fevereiro.

Angela Merkel também declarou que o país aplicará medidas de restrição mais severas, como a testagem obrigatória para viajantes de zonas de risco vindos do exterior.

Segundo a chanceler, mesmo que o exame resulte negativo, os turistas deverão entrar em quarentena por cinco dias e fazer um segundo procedimento.

“Precisamos restringir o contato com mais rigor. Pedimos a todos os cidadãos que restrinjam o contato ao mínimo absoluto”, disse Merkel em reunião com os líderes dos 16 Estados federais da Alemanha.

O país acumula 1,8 milhões de casos confirmados de covid-19 e mais de 35 mil mortes relacionadas à doença, segundo levantamento da universidade americana Johns Hopkins.

Também na Europa, o Reino Unido registrou recorde no número de novas infecções pela covid-19 nesta terça-feira, com mais de 60 mil casos confirmados, de acordo o Guardian.

“O rápido aumento de casos é altamente preocupante e, infelizmente, significará ainda mais pressão sobre nossos serviços de saúde no auge do inverno”, afirmou a diretora médica do Departamento de Saúde Pública da Inglaterra, Yvonne Doyle.

O Reino Unido já tem 2,7 milhões de casos confirmados da covid-19 e 75,5 mil mortes, segundo a Johns Hopkins.

Índia garante AstraZeneca para o Brasil

Um dia depois de sugerir bloqueio de vacinas para garantir o atendimento da população da Índia, o país voltou atrás e garantiu que vai vender imunizantes para o Brasil, informou o Jornal O Estado de S. Paulo com informações da Agência Reuters.

As vacinas podem ser exportadas para todos os países, disse nesta terça-feira, 5 de janeiro, o presidente do Serum Institute, da Índia, que fabrica vacinas contra a covid-19 com tecnologia desenvolvida pela AstraZeneca em parceria com a Universidade de Oxford, no Reino Unido.

As vacinas da AstraZeneca são a aposta do governo federal para atender à população brasileira.

“Quero esclarecer duas questões, pois há confusão no domínio público: as exportações de vacinas são permitidas para todos os países e um comunicado conjunto esclarecendo quaisquer mal-entendidos com relação à Bharat Biotech será feito”, escreveu Adar Poonawalla em sua conta no Twitter.

A declaração ocorre um dia após sugestão de Poonwalla à Associated Press de que a Índia poderia barrar a exportação de imunizantes contra o coronavírus para contemplar primeiro a população do país. A fala levou o governo brasileiro a acionar o Itamaraty.

A vacina da AstraZeneca já está sendo aplicada no Reino Unido. O governo brasileiro tem acordo de compra de doses deste imunizante e a Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) obteve autorização da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) para importar 2 milhões de doses da vacina, produzida pelo instituto indiano.

O Serum, no entanto, anunciou que só pretende exportar o imunizante daqui a dois meses, o que levou o governo brasileiro, por meio do Ministério das Relações Exteriores, a negociar a liberação da compra das doses, disse a Fiocruz.

No comunicado conjunto do Serum com a Bharat, mencionado por Poonawalla em seu tuíte, as duas empresas anunciaram que pretendem fabricar e fornecer vacinas contra a covid-19 para a Índia e para o mundo.

México aprova vacina da AstraZeneca

O México aprovou o uso emergencial da vacina contra o coronavírus desenvolvida pela AstraZeneca em parceria com a Universidade de Oxford.

A vacina da Pfizer tinha sido a única aprovada para uso no México, até que autoridades regulatórias do país, que agora faz um esforço para ampliar a vacinação.

O México distribuiu apenas cerca de 44 mil doses desde a terceira semana de dezembro, aproximadamente de 82% do total recebido pelo país.

Com a autorização do uso da vacina da AstraZeneca, o governo do México espera em breve iniciar a produção no medicamento, afirmou o secretário de Relações Exteriores mexicano, Marcelo Ebrard, em sua conta no Twitter.

Clínicas querem importar vacina indiana

A Associação Brasileira das Clínicas de Vacinas negocia com a farmacêutica Bharat Biotech, da Índia, a compra de 5 milhões de doses de uma vacina contra covid-19.

A vacina Covaxin poderá ser aplicada em caráter emergencial, conforme autorização concedida pelas autoridades daquele país.

A vacina, porém, ainda não tem o aval da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) para ser distribuída no Brasil.

A liberação envolve diversas etapas até o registro e outras informações de vacinas contra covid-19.

O processo estabelecido pela agência envolve a observação de possíveis reações adversas, a fase de avaliação de qualidade, de certificação de boas práticas de fabricação, o pedido de uso emergencial, o pedido de registro e o monitoramento do plano de gerenciamento de risco.

Membros da entidade viajaram nesta segunda-feira, 4 de janeiro, para a cidade de Hyderabad, no sul da Índia, para conhecer a fábrica da farmacêutica, que tem capacidade de produzir 300 milhões de doses, sendo que uma parcela deverá atender ao país asiático.

Clínicas associadas terão prioridade

A associação representa 200 clínicas brasileiras, que equivalem a 70% do mercado privado nacional. Elas terão prioridade na aquisição da vacina.

De acordo com a associação, o imunizante é administrado em duas doses, com intervalo de duas semanas. Ele induz a produção de anticorpos neutralizantes, provocando uma resposta imune e levando a resultados eficazes em todos os grupos de controle, sem eventos adversos graves.

Na última fase antes da liberação para uso emergencial, ela foi aplicada em 26 mil voluntários em 22 localidades da Índia.

O anúncio gerou repercussão nas redes sociais no fim de semana. Diversos usuários do Twitter criticaram a negociação, afirmando que ela favorece a rede privada de saúde, em detrimento do Sistema Único de Saúde (SUS).

Foram postados diversos comentários afirmando que as pessoas sem plano de saúde e que dependem da rede pública serão prejudicadas.

Ministério divulga nota de esclarecimento

O Ministério da Saúde informou que o início da vacinação contra covid-19 deverá ser realizado no âmbito do SUS, conforme previsto no Plano de Operacionalização da Vacinação.

“Na eventualidade da integração de clínicas particulares de vacinação ao Plano Nacional, é preciso observar que o registro da aplicação do imunizante precisaria ser feito junto à Rede Nacional de Dados de Saúde e à caderneta digital de vacinação. Esta rastreabilidade possibilita identificar quem tomou a vacina e em qual data, além de precisar o laboratório e o lote do imunizante, possibilitando a aplicação de uma segunda dose no prazo correto”, informou o Ministério.

A pasta diz ainda que, mesmo com a negociação entre a associação das clínicas e a Bharat Biotech, a imunização irá respeitar a ordem de grupos, de acordo com os já definidos como prioritários.

“Os grupos prioritários, propostos pelo Ministério da Saúde em parceria com Conselho Nacional de Secretários de Saúde e Conselho Nacional de Secretarias Municipais de Saúde, devem, a princípio, ser obedecidos mesmo que haja integração de clínicas particulares de vacinação ao processo de imunização”, diz o ministério.

(Com Agência Brasil e AE)

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