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Em semana dominada por guerra, investidor aumenta aposta em proteção

Incertezas devido ao conflito na Ucrânia impulsionam volatilidade nos índices e ações individuais, reforçando busca por segurança

Tela com informações sobre o mercado financeiro na rua, à noite, alusivo à busca pro proteção por parte dos investidores

O título americano de 10 anos, grande métrica dos investidores, subiu para o patamar mais alto desde 1999 | Foto: Getty Images

Em outra semana dominada pela guerra entre Rússia e Ucrânia, a volatilidade persistiu em todas as regiões do mundo e seus ativos de risco. Mesmo com a forte queda do petróleo de 5,5%, as expectativas de inflação cresceram vertiginosamente.

O título americano de 10 anos, grande métrica dos investidores, subiu 26 bps (pontos-base) para o patamar mais alto desde 1999. A correlação entre S&P e o tesouro americano de 10 anos atingiu seu menor patamar desde 2007, sugerindo que o mercado precifica uma narrativa ainda mais agressiva para a inflação, sendo um choque de oferta muito mais provável que um cenário de crescimento.

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A contínua expansão das tensões geopolíticas, além de trazer mais riscos aos investimentos, adicionam incertezas nos caminhos do Federal Reserve (Fed, o banco central dos Estados Unidos) e dos outros bancos centrais na resolução de seus problemas.

No seu último depoimento ao Congresso, o presidente do Fed, Jerome Powell, manteve sua postura de apoiar uma alta de 25 bps na reunião de março, mas não descarta mais uma alta da mesma magnitude em encontros futuros, caso a inflação continue surpreendendo para cima.

O debate entre 25 bps x 50 bps nos próximos meses dependerá da guerra na Ucrânia, que elevou os preços da energia, apertou as condições financeiras e reduziu as perspectivas de crescimento nos EUA e Europa.

Parece que a narrativa mais coerente a ser tomada pelos bancos centrais, será a de esperar os próximos acontecimentos e números. Não devemos descartar um aumento de juros em nenhuma magnitude nos próximos encontros de líderes.

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Commodities

Do lado das commodities, outro ponto muito relevante para a economia brasileira, analistas mantem suas visões de que o cenário ainda é delicado.

O preço do petróleo, por exemplo, deve continuar esticado mesmo em caso de um cessar fogo imediato, pois as já anunciadas sansões e suas vertentes, não seriam imediatamente resolvidas.

Todas as pressões sobre as commodities, inflação e curvas de juros impactam muito a economia brasileira. O IPCA de fevereiro, mesmo não contemplando o reajuste dos combustíveis e nem a guerra no leste europeu, veio acima das expectativas de mercado.

Isso provocou uma alta na curva de juros brasileira, que precifica um aumento de 100 bps na taxa Selic já na próxima reunião.

O Boletim Focus elevou as estimativas de inflação em 50 bps para a Selic de 2022 e 2023. O IPCA esperado para este ano passou de +5,65% para +6,45%, a Selic passou para 12,75% em 2022 e para 8,75% em 2023, a taxa de câmbio foi reduzida para US$/R$ de 5,30, e o PIB para +0,49% neste ano.

Busca por proteção

Mesmo que a guerra ainda seja o grande foco do momento, os números expostos não nos deixam esquecer que o mundo passa por uma situação delicada. Ressaltamos que em um cenário sem guerra, ainda teríamos muitos obstáculos até alcançarmos um viés de crescimento mundial.

Refletindo os inúmeros cenários possíveis e suas implicações na economia, a volatilidade continua aumentando nos índices e ações individuais, reforçando a dinâmica de busca por proteção vista nos investidores.

O fluxo desse tipo de operação aumenta a cada pregão e deve ser considerado por todos os investidores. Em momentos como esse, estruturas de proteção costumam performar muito bem.

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