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Cenário internacional traz oportunidades para o Brasil, afirma Haddad

Ao abrir o J. Safra Macro Day, ministro da Fazenda, Fernando Haddad, defendeu reformas para melhorar a produtividade da economia e atrair investimentos

Haddad Macro Day

“É o momento de fazer valer a sua diplomacia comercial e obter vantagens importantes do ponto de vista de acordos bilaterais”, afirmou Haddad | Foto: Divugação

O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, manifestou otimismo com o desempenho da economia brasileira, apesar do nível elevado de incerteza no cenário internacional, diante da política tarifária do presidente Donald Trump.

Segundo ele, o País deve manter a tração no comércio exterior, graças à diplomacia que manteve as portas abertas com os três grandes blocos comerciais – China, Estados Unidos e União Europeia. Ele disse estar confiante no acordo com Mercosul com a União Europeia.

“O Brasil é uma economia grande demais para ser satélite de outra. Manter os canais de comércio abertos com os três grandes blocos econômicos me pareceu uma atitude muito saudável da parte do presidente Lula”, afirmou Haddad, ao fazer a abertura do J. Safra Macro Day 2025.

Haddad defendeu a tese da reglobalização sustentável — de atenção à questão ambiental, além da questão econômica — e de fortalecimento do multilateralismo em meio às incertezas econômicas globais. Segundo ele, a tendência deve ser de aumento das relações comerciais regionais, como ocorreu durante da pandemia de covid-19.

Haddad considera que o momento atual traz oportunidades para a economia brasileira. “É o momento de fazer valer a sua diplomacia comercial e obter vantagens importantes do ponto de vista de acordos bilaterais”, afirmou. Ele citou o papel do vice-presidente e ministro do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços, Geraldo Alckmin, que está liderando as negociações na área de comércio exterior, com respaldo do presidente Lula. “Quando a incerteza é elevada, precisamos manter a prudência, mas as conversas estão acontecendo”, afirmou.

Haddad considera que o Brasil vem “subinvestindo” há muitos anos. Segundo ele, o País tem um conjunto de projetos com boas taxas de retorno que podem sair da gaveta se obtiverem sucesso com políticas que estão sendo endereçadas pelo governo.

Ele citou como exemplo as parcerias público-privadas (PPP) e concessões. Segundo ele, o atual governo deve alcançar entre 30 a 35 concessões de infraestrutura para a inciativa privada, contra seis do governo anterior. “Isso vai melhorar a produtividade da economia brasileira”, acrescentou.

Haddad relatou que estará na Califórnia esta semana para divulgar o marco regulatório de data centers na Milken Global Conference. “Somos deficitários na balança de serviços e o Brasil é um país que detém as melhores vantagens competitivas em relação a data centers. Acredito que o lançamento dessa política vai fazer esse investimento melhorar muito”, disse, citando o potencial do país na área de energia renovável, que deve ser beneficiada com a expansão dos data centers.

“Podemos dar um salto de qualidade com reformas para reconstituir uma política de Estado. Nós precisamos ter uma política de longo prazo no Brasil, mais protegida de populismo”, disse.

O ministro defendeu a proposta de reforma da renda enviada pela equipe econômica, que amplia a isenção do Imposto de Renda para quem ganha até R$ 5 mil por mês e compensa com a tributação de rendas mais altas, reforçando que o Brasil precisa rever a distribuição de renda.

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