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Home office aumenta a produtividade no trabalho

Menos reuniões e prioridades melhor definidas são fatores que aumentam o rendimento, segundo artigo do MIT Technology Review

Pessoa de home office, com mesa com laptop em reunião remota, caderno, lápis e caneca de café

Regime de trabalho remoto se expandiu e se consolidou com o distanciamento social causado pela pandemia | Foto: Getty Images

A expansão e consolidação do home office (regime de trabalho remoto) impulsionadas pela pandemia de covid-19 está aumentando a produtividade e o foco no trabalho.

Além disso, o home office também contribuiu para que trabalhadores em todo mundo aprendessem a julgar melhor as prioridades para os empregadores e para eles mesmos.

As conclusões são de um artigo publicado na revista MIT Technology Review Brasil, que compila evidências de estudos realizados por universidades como Harvard e Stanford, ambas dos Estados Unidos. Também há menção a pesquisas de consultorias e fundações no Brasil.

A publicação tem a chancela do prestigiado Instituto de Tecnologia de Massachusetts (MIT), dos Estados Unidos.

Fatores de aumento da produtividade e foco

O artigo pontua que o modelo presencial de trabalho, até então amplamente utilizado no mundo corporativo, dificultou a mensuração de produtividade de “trabalhadores do conhecimento”.

O texto explica que esses trabalhadores desempenham atividades não-lineares, diferentemente de empilhadores e atendentes de call centers, que têm tarefas mais repetitivas, por exemplo.

Por isso, o artigo pegou dados de um estudo realizado em dois momentos pela Harvard Business Review.

Em 2013, a pesquisa concluiu que trabalhadores do conhecimento gastavam dois terços do tempo em reuniões, embora considerassem isso cansativo. O mesmo estudo foi replicado em 2020, usando as mesmas perguntas e entrevistando profissionais com perfis semelhantes.

As principais conclusões mostram que os trabalhadores em regime de home office estão gastando 12% menos tempo com reuniões longas e 9% mais tempo interagindo com clientes e parceiros. O número de tarefas avaliadas como cansativas também caiu de 27% para 12%.

Além disso, os entrevistados pela Harvard também disseram estar fazendo no home office 50% mais atividades por escolha pessoal – ou seja, por julgarem o que é prioritário em vez de outra pessoa dizer.

Home office no Brasil

O artigo da MIT traz referências de pesquisas sobre o que as empresas brasileiras perceberam após quase todo um ano com funcionários em home office.

Dados publicados pela consultoria KPMG e mencionados no texto mostram que mais de 83% dos 722 empresários brasileiros entrevistados consideram que a produtividade dos funcionários se manteve igual ou cresceu com o home office.

A Fundação Instituto de Administração (FIA) divulgou um estudo com um resultado ainda mais positivo.

Segundo a “Pesquisa de Gestão de Pessoas na Crise de Covid-19”, 94% das empresas no Brasil atingiram ou superaram duas expectativas com relação ao home office.

Equilíbrio e fim do estigma

Nicholas Bloom, professor do Departamento de Economia da Universidade de Stanford, afirmou ao MIT Technology Review que o estigma e a desconfiança sobre o home office caíram por terra com a pandemia.

Segundo o especialista, a valorização do descanso sem a expectativa de que os funcionários estejam todo o tempo ligados no trabalho também é uma característica das companhias que têm tido sucesso com o home office.

“O equilíbrio da vida profissional e pessoal, um espaço confortável e especialmente configurado para o trabalho em casa, limites definidos,
pausas estratégicas e horários para interação da equipe são alguns pontos que caracterizam funcionários e empresas que conseguem maximizar a produtividade de forma inovadora e surpreendente”, disse Bloom.

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