Ibovespa fecha em alta com expectativa de diálogo na Ucrânia

A expectativa do esfriamento do conflito entre Rússia e Ucrânia fez com que os mercados globais recuperassem as perdas dessa semana. O Ibovespa, principal índice da B3, operou em alta durante todo o dia e fechou o pregão com ganhos de 2,43% aos 113.900 pontos. O dólar chegou a cair abaixo da barreira dos R$ 5, mas após queda de 0,85% fechou em R$ 5,0106.

Índícios de disposição da Ucrânia em dialogar reforçaram o clima mais tranquilo no mercado. O presidente Volodymyr Zelensky indicar que “esfriou” sua disposição de colocar o país como membro da Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan).

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A porta-voz do Ministério das Relações Exteriores da Rússia, Maria Zakharova, disse que os objetivos das operações militares “não incluem a ocupação da Ucrânia” e “nem a ocupação de seu Estado, nem a derrubada do atual governo”.

Melhora do ambiente internacional favorece Ibovespa

Segundo Sílvio Campos, sócio e economista da Tendências Consultoria, o pregão desta quarta-feria foi positivo para os mercados como um todo, com a melhora do ambiente internacional.

“Ocorreram fortes ganhos lá fora, com sinais da Ucrânia de que pretende negociar e que aceitar algumas demandas da Rússia na tentativa de encerrar o conflito”, disse Campos.

Na esteira desse movimento mais tranquilo do mercado, o petróleo desabou nesta quarta-feira. O barril do tipo Brent, o referência mundial, caiu 12.16% para US$ 111,14. Nesta semana, o petróleo chegou a bater US$ 140.

Com isso, segundo o estrategista de renda variável do Banco Safra, Cauê Pinheiro, as ações de companhias de aviação e empresas de viagem se beneficiaram. Os papéis da CVC tiveram a maior alta do índice, 16,87%, a R$ 11,57. Já a Gol teve evolução de 11,18%, a R$ 14,62.

“Também ocorreu uma melhora no humor do mercado, gerando altas expressivas em papéis que estavam mais amassados”, afirmou Pinheiro.

Foi o que aconteceu com a Natura, que figurava entre as maiores altas da bolsa no pregão. A companhia fechou com valorização de 16,29% e foi negociada a R$ 23,98.

“Há a expectativa também dos resultados da empresa para o quarto trimestre”, ressaltou. “No terceiro trimestre, os papéis ficaram fortemente impactados após um desempenho abaixo do esperado, por causa de pressão de margens.”

Bolsas europeias fecham em alta

As principais bolsas da Europa fecharam em alta robusta nesta quarta-feira, 9. O mercado continuou de olho nos desdobramentos da guerra na Ucrânia, com o anúncio de novas sanções à Rússia e acenos de autoridades por solução do conflito. O índice pan-europeu Stoxx 600 subiu 4,68%, a 434,45 pontos.

Em Londres, o índice FTSE 100 fechou em alta de 3,25%, a 7.190,72 pontos, na máxima intraday. O DAX, em Frankfurt, subiu 7,92%, a 13.847,93 pontos, também no maior nível do dia.

Em Paris, o CAC 40 teve alta de 7,13%, a 6.387,83 pontos, na máxima do dia. Em Milão, o FTSE MIB subiu 6,94%, a 23.889,49 pontos, enquanto em Madri, o IBEX 35 subiu 4,88%, a 8.163,10 pontos, de acordo com cotação preliminar. O PSI 20, de Lisboa, subiu 2,35%, a 5.597,13 pontos.

Analista da CMC Markets, Michael Hewson afirma que os mercados na Europa tiveram uma recuperação considerável nesta quarta, liderada pelo DAX, ajudados por comentários do Ministério das Relações Exteriores da Rússia, que afirmou que seria melhor se seus objetivos na Ucrânia fossem alcançados por meio de negociações.

“Isso parece ter sido interpretado como uma maior disposição por parte da Rússia de querer acelerar o fim das hostilidades. Da parte da Ucrânia, há também uma vontade de conversar”, destacou. (Com AE)