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Ibovespa tem queda forte com escalada da inflação e temor de recessão global

O Ibovespa caiu 2,34%, aos 106.247 pontos, interrompendo uma sequência de cinco dias de alta

Mercado financeiro

Até o pregão de ontem, o Ibovespa acumulava alta de 0,85% em maio e no ano os ganhos somavam 3,78% | Foto: Getty Images

O sentimento de que a inflação global está em plena aceleração e o risco de recessão é real fez as bolsas mundiais operarem em baixa nesta quarta-feira. No Brasil, o Ibovespa desacelerou interrompendo uma sequência de cinco dias de alta.

O índice despencou 2,34%, a 106.247 pontos. Até o pregão de ontem, o Ibovespa acumulava alta de 0,85% em maio e no ano os ganhos somavam 3,78%.

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Os investidores estavam monitorando a escalada da inflação pelo mundo. Hoje, dados divulgados mostraram que a inflação dos preços ao consumidor britânico atingiu 9% em abril. Nos países que usam o euro, a taxa anual foi revisada para 7,4%, mas permaneceu em nível recorde.

Nos Estados Unidos, o Federal Reserve (Fed) se mantém na estratégia de aperto monetário para conter a inflação. Na véspera, o presidente do Fed, Jerome Powell disse que que a economia do país está forte o suficiente para suportar o aperto monetário, e por isso é possível que os EUA voltem a ter estabilidade de preços sem enfraquecer demais o crescimento ou o mercado de trabalho.

Isso fez as bolsas americanas fecharem em baixa nesta quarta-feira. O Dow Jones derreteu 3,56%, o S&P 500, 4,03% e a Nasdaq caiu 4,73%.

“O Ibovespa operou em queda nesta sessão com o índice do Ibovespa futuro também em queda devido aos anúncios de indicadores econômicos de inflação ruins apresentados pelo Reino Unido e Europa”, disse Rodrigo Simões, economista e professor da Faculdade do Comércio de São Paulo ( FAC-SP). “Isto com certeza nos mostra que mais aperto monetário de aumento de taxa de juros vem por aí.”

Além disso, a China também mexe com os mercados pelo mundo. Apesar do controle da infecção na cidade de Xangai, os investidores monitoram outras áreas do país que seguem dentro da política de covid zero, com lockdowns e testagem em massa.

Isso fez com que o mercado ficasse mais receosos com os riscos das restrições contra a covid-19 que obscureceram as perspectivas de crescimento econômico da maior produtora de aço do mundo.

O contrato de minério de ferro mais negociado, para entrega em setembro, na bolsa de commodities de Dalian encerrou as negociações em queda de 5,3%, a 791 yuans (US$ 117,15) a tonelada, após atingir seu maior nível desde 6 de maio na terça-feira, a 849 yuans.

Na Bolsa de Cingapura, o contrato para entrega em junho do ingrediente siderúrgico caiu 3%, para US$ 124,20 a tonelada.

Com a queda do minério de ferro, os papéis da Vale fecharam em queda forte nesta sessão, 2,69%. A Petrobras também fecharam em baixa nesta quarta-feira, o PETR4 caiu 1,90% e o PETR3 recua 2,55%.  

“A guerra na Ucrânia ainda terá muitos efeitos negativos sobre as cotações de petróleo, ainda que a OPEP aumente a produção”, ressaltou Simões. O preço o barril do Brent recuou de 2,52%, sendo negociado a US$ 109,11.

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