Ibovespa encosta nos 118 mil pontos após surpresa positiva com o IPCA
Bolsa sobe 0,93%, aos 117.968,12 pontos, alcançando o maior nível de fechamento deste ano desde 29 de agosto
12/09/2023O Ibovespa obteve a primeira sequência positiva do mês ao fechar esta terça-feira em alta de 0,93%, aos 117.968,12 pontos, vindo de ganho de 1,36% na sessão anterior, após uma semana em que havia encadeado quatro perdas diárias.
Na contramão da cautela externa e embalado desde a manhã por leitura favorável sobre o IPCA de agosto, no piso das estimativas de mercado para o mês, o índice da B3 oscilou entre mínima na abertura a 116.885,04 e máxima de 118.153,67, maior nível intradia desde 4 de setembro. O giro financeiro, contudo, manteve-se enfraquecido, a R$ 17,2 bilhões. Na semana, o Ibovespa sobe 2,30%, colocando o ganho do mês a 1,92% e o do ano a 7,50%. Perto dos 118 mil pontos, foi o maior nível de fechamento desde 29 de agosto, então aos 118.403,61 pontos.
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Entre as ações de maior peso no Ibovespa, destaque na sessão para Petrobras ON (+1,10%), que ontem, junto com a PN (hoje +0,48%), havia fechado em baixa apesar do avanço do índice de referência da B3. Nesta terça, ambas acompanharam a alta do petróleo, com o Brent agora na casa de US$ 92 por barril, após a pausa de ontem feita pela commodity. Hoje, contribuiu para o avanço dos preços globais do insumo a indicação, pela Opep, de que a demanda se manterá em alta, mesmo com o corte de oferta até o fim do ano anunciado recentemente por Arábia Saudita e Rússia.
Destaque do Ibovespa diante de melhora da economia na China
Após a recuperação do dia anterior, em cima de perspectiva melhor para a China, que deu suporte ao avanço do minério de ferro, o dia foi de acomodação para Vale, em variação contida no fechamento (ON -0,07%), assim como para o setor siderúrgico (Gerdau PN +0,70%, CSN ON +0,16%), que subiu, à exceção de Usiminas (PNA -1,16%).
Na ponta do Ibovespa nesta terça-feira, destaque para as ações associadas ao ciclo doméstico, com Petz (+5,80%), Assai (+5,32%) e Hapvida (+4,50%) à frente. No lado oposto, Braskem (-2,27%), Locaweb (-2,00%) e CSN Mineração (-1,83%), mesmo com o minério de ferro ainda em alta de 1,96%, a US$ 117,82 por tonelada, em Dalian (China) na terça-feira, nos contratos para janeiro de 2024.
A leitura benigna sobre o IPCA de agosto resultou em resposta favorável da curva de juros, devolvendo prêmios, o que beneficiou as ações com exposição ao ciclo doméstico.
Operando em cima do IPCA desde a manhã, e com o avanço do petróleo, o Ibovespa conseguiu se desconectar da cautela externa que prevaleceu nesta terça-feira, na véspera da divulgação de nova leitura sobre a inflação ao consumidor nos Estados Unidos, o CPI de agosto. No fechamento desta terça-feira, o sinal para os três principais índices de ações em Nova York era único: Dow Jones -0,05%, S&P 500 -0,57% e Nasdaq -1,04%.
Dólar supera a barreira dos R$ 4,95
Em sessão morna e de liquidez reduzida, o dólar à vista subiu no mercado doméstico de câmbio e voltou a superar a barreira de R$ 4,95, alinhado ao sinal predominante de alta da moeda americana no exterior. À espera da divulgação, amanhã, do índice de preços ao consumidor nos EUA (CPI, na sigla em inglês), que pode mexer com as expectativas para os próximos passos do Federal Reserve, investidores optaram por uma postura mais cautelosa.
Por aqui, a leitura benigna do IPCA de agosto, que animou o Ibovespa e derrubou os juros futuros, contribuiu, em menor magnitude, para o escorregão do real, ao abrir as apostas para uma aceleração do ritmo de corte da taxa Selic ainda neste ano. Para o encontro do Comitê de Política Monetária (Copom) marcado para a semana que vem, contudo, a perspectiva majoritária ainda é de nova redução da taxa básica em 0,50 ponto porcentual, para 12,75% ao ano.
Com oscilação de pouco mais de três centavos entre mínima (R$ 4,9353) e máxima (R$ 4,9678), o dólar à vista fechou cotado a R$ 4,9530, em alta de 0,44%, devolvendo uma parcela da queda de ontem (-1,04%). No mês, a divisa passa a acumular ligeira avanço (+0,04%). (AE)