Reforma tributária pressiona Ibovespa e dólar fecha em baixa
Principal índice de ações da B3 tem recuo de 0,9% com anúncio de taxação de 20% na fonte sobre lucros e dividendos
26/06/2021O Ibovespa reverteu na reta final da semana os ganhos de segunda, 21, e quinta-feira, 25, fechando com queda acumulada de 0,9%, aos 127,2 mil pontos.
O principal índice de ações da B3, a bolsa de valores brasileira, foi pressionado pela entrega da reforma tributária pelo governo federal ao Congresso Nacional, na sexta-feira, 25.
Já o real conseguiu sustentar os ganhos contra o dólar. A moeda americana registrou baixa semanal de 2,6%, cotada a R$ 4,94.
O comportamento do mercado cambial por aqui esteve relacionado às sinalizações mais duras do Banco Central do Brasil no combate à inflação.
As sinalizações indicaram que o ritmo de alta da Selic pode acelerar, se preciso, o que tenderia a aumentar a atratividade da moeda brasileira.
Previsão para o Ibovespa
O novo cenário-base do Banco Safra prevê um bom potencial de alta para o principal índice de ações do país.
A projeção do banco para o Ibovespa em 2021 passou de 131 mil para 145 mil pontos. Já para 2022, a previsão é de 162 mil pontos.
Vale destacar que entre as razões para a nova previsão está o ambiente mais positivo para atividade e com inflação superior ao que esperávamos anteriormente, o que gera uma pontuação nominal mais alta.
Além disso, o aumento nos preços do minério de ferro e do petróleo tem um impacto bastante positivo para as perspectivas de lucro da Petrobras e da Vale, o que explica a maior parte do nosso novo cenário-base.
Mercado de ações
Já o mercado doméstico de ações foi afetado pela reforma tributária apresentada na sexta-feira pelo governo.
A proposta, que ainda precisa ser analisada pelos congressistas, prevê que a distribuição de lucros e dividendos passará a ser taxada na fonte em 20%.
Nesse ambiente, as ações da Ambev (ABEV3) lideraram as perdas da semana, com queda de quase 10%.
Estados Unidos
Já nos Estados Unidos, o S&P 500 saltou 2,7% na semana e renovou o seu recorde histórico de pontuação.
O mesmo feito foi alcançado pelo Nasdaq, que teve ganho semanal de 2,4%. Na Europa, o Stoxx 600 subiu 1,2% no período.
O mercado absorveu ao longo da semana diferentes manifestações de dirigentes do Federal Reserve (Fed, o banco central americano) na direção de apertos monetários antecipados.
No entanto, o tom mais paciente do presidente da instituição, Jerome Powell, acabou prevalecendo.
Ajudou também a divulgação do índice de inflação preferido pelo Fed para avaliar o comportamento dos preços.
Até maio, o núcleo do PCE registrou avanço de 3,4% em 12 meses. O resultado desta vez veio em linha com as expectativas do mercado, reduzindo a cautela gerada pelas últimas surpresas.