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Ibovespa acumula perda de 2,31% na semana e dólar avança 1,21% após o Fed e Copom

Na B3, o desempenho levemente positivo, nos melhores momentos desta sexta-feira, foi puxado pelas ações de Petrobras; dólar cai com desmonte de posições defensivas

Dólar e Bolsa

Governos municipais de Xangai e de Pequim anunciaram o relaxamento de regras para investimento estrangeiro direto | Foto: Getty Images

O Ibovespa fechou a sexta-feira em baixa de 0,12%, aos 116.008,64, acompanhando as oscilações de sinal em Nova York ao longo do dia. Assim, finalizou a semana em retração de 2,31% no intervalo, após avanço de 2,99% na anterior. No mês, o Ibovespa ainda mostra leve ganho de 0,23% e, no ano, de 5,72%. Agora perto de ceder a marca de 116 mil pontos, o nível de fechamento do Ibovespa foi o menor desde 8 de setembro, então aos 115.313,40 pontos.

Pela manhã, o índice da B3 esboçava sinal positivo, acompanhando Nova York, com os mercados buscando olhar as novas medidas de estímulo na China anunciadas na véspera. Tais iniciativas, contudo, foram um contraponto modesto a uma semana dominada por sinais firmes das autoridades monetárias globais, em especial nos Estados Unidos, com relação à condução dos juros – o que reforçou a cautela dos investidores em direção ao fim da semana, reduzindo o apetite por ativos de risco, como ações, em Nova York como também em São Paulo.

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Em Nova York, após terem oscilado entre leves ganhos e perdas ao longo da tarde, os principais índices se firmaram em baixa em direção ao fechamento: Dow Jones -0,31%, S&P 500 -0,23%, Nasdaq -0,09%. Na semana, os três índices acumularam perdas, respectivamente, de 1,89%, 2,93% e 3,62%, com a perspectiva, reiterada pelo Federal Reserve na quarta-feira, de que os juros americanos seguirão altos por mais tempo.

Na B3, o desempenho levemente positivo, nos melhores momentos desta sexta-feira, foi puxado pelas ações de Petrobras, que perderam parte da força no fechamento (ON +0,73%, PN +0,80%), em reação a moderado avanço das cotações do petróleo nesta última sessão da semana – ao fim, o desempenho do dia foi misto para a commodity, que acumulou perda inferior a 1% na semana, no Brent como no WTI.

Vale ON subiu hoje 0,74%, espelhando a alta de 0,87% para o contrato de minério de ferro mais negociado em Dalian, na China. Entre os grandes bancos, o desempenho foi majoritariamente negativo, à exceção de Bradesco ON (+0,08%) e BB ON (+0,17%). Na ponta do Ibovespa, BRF (+3,21%), Carrefour Brasil (+2,81%) e RaiaDrogasil (+2,12%). No lado oposto, Grupo Casas Bahia (ex-Via), em baixa de 8,11%, seguido por Magazine Luiza (-4,68%) e Vamos (-3,96%).

Dólar avança 1,21% na semana e fecha cotado a R$ 4,93

Após se aproximar do piso de R$ 4,90 pela manhã, quando registrou mínima a R$ 4,9046, o dólar à vista desacelerou bastante ritmo de baixa ao longo da tarde, com uma piora do apetite ao risco no exterior, e encerrou a sessão desta sexta-feira, 22, cotado a R$ 4,9325 (-0,05%), bem próximo da máxima (R$ 4,9335).

O respiro do real se deu em dia marcado por sinal predominante de baixa da moeda americana na comparação com divisas emergentes e por valorização de commodities metálicas, na esteira de anúncio de novas medidas de estímulo à economia na China. Governos municipais de Xangai e de Pequim anunciaram o relaxamento de regras para investimento estrangeiro direto.

Segundo operadores, após a alta de 1,13% ontem, era de se esperar um recuo parcial do dólar hoje no mercado doméstico, com realização de lucros e desmonte posições defensivas. Na semana, a divisa acumulou ganhos de 1,21%, em sintonia com o movimento externo de fortalecimento do dólar e de avanço das taxas dos Treasuries longas. Principais pares do real, as divisas latino-americanas de países com juros altos, que exibem os maiores ganhos em 2023 frente ao dólar, também amargaram perdas na semana, com destaque para a baixa de mais de 1,5% do peso colombiano.

Principal evento da semana, a decisão de política monetária do Federal Reserve na última quarta-feira, 20, com revisão de integrantes do Banco Central americano para inflação, juros e PIB, deixou uma mensagem clara: as taxas de juros devem permanecer em níveis elevados por período prolongado, com possibilidade de uma alta adicional que levaria os Fed Funds para além da faixa entre 5,25% e 5,50%.

Dirigentes do Fed repetiram hoje que pode haver mais aperto da política monetária. À tarde, a presidente do Federal Reserve de São Francisco, Mary Daly, disse que o BC americano “está próximo” de seu objetivo de ter taxas de juros em níveis restritivos para controlar a inflação, mas não descartou a possibilidade de elevação adicional, que está condicionada aos indicadores econômicos.

Apesar da depreciação na semana, o dólar ainda acumula baixa de 0,38% em setembro e não ultrapassou o nível psicológico de R$ 5,00 no fechamento. Analistas observam que o real é sustentado por fluxo comercial expressivo e pelas taxas de juros locais elevadas, que tornam muito custoso o carregamento de posições em dólar e atraem capital estrangeiro para operações de carry trade. Após reduzir a taxa Selic em 0,50 ponto porcentual, para 12,75%, na quarta-feira, o Comitê de Política Monetária (Copom) deixou claro que não pretende acelerar o ritmo de cortes nos próximos meses, o que contribui para manter a atratividade da renda fixa brasileira mesmo com redução do diferencial de juros interno e externo. (AE)

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