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Com piora do cenário fiscal, Ibovespa fecha o mês em queda de 11,50%

Bolsa termina junho aos 98.541 pontos, na menor média mensal desde outubro de 2020, quando o índice ficou em 93.952 pontos

Mercado financeiro

O Ibovespa deve permanecer fraco no segundo semestre em razão da desaceleração da economia global e das eleições presidenciais no Brasil | Foto: Getty Images

O Ibovespa, principal índice da Bolsa brasileira, fechou o mês de junho aos 98.541 pontos, a menor média mensal desde outubro de 2020, quando o índice ficou em 93.952 pontos.

A queda diária da Bolsa nesta quinta-feira foi de 1,08%. Com isso a perda no mês ficou em 11,50%. No primeiro semestre o Ibovespa recuou 5,99%.

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Segundo Patrícia Krause, economista para a América Latina da Coface, o Ibovespa deve manter o ritmo fraco no segundo semestre, por causa do aperto monetário no mundo e da consequente desaceleração da economia.

“A eleição presidencial no Brasil deve pesar sobre o índice daqui para frente, com os investidores mais cautelosos em relação ao país”, disse.  

Nos últimos dias, a tentativa do presidente Jair Bolsonaro (PL) em adiar por até 100 dias os reajustes dos combustíveis tem assustado o mercado.

A Proposta de Emenda Constitucional (PEC) dos Combustíveis, que prevê benesses e terá um impacto estimado de R$ 38 bilhões fora do teto, faz com que os investidores já precifiquem o risco fiscal do país. A medida deve ir a votação ainda na noite desta quinta-feira, 30, no Senado Federal.

“Esta medida vai aumentar o endividamento e com isso a desconfiança dos investidores que têm tirado dinheiro do país”, disse Gabriel Meira, especialista da Valor Investimentos.

Mau humor externo também pesa no Ibovespa

O desempenho nesta quinta-feira do Ibovespa foi afetado também pelo mau humor do exterior com os dados de inflação nos Estados Unidos.

O núcleo do índice mensal de preços de Despesas de Consumo Pessoal (PCE, na sigla em inglês), o indicador que é usado como referência pelo Federal Reserve (Fed, Banco central americano) para definir a condução da sua política monetária, desacelerou para 4,7% ao ano em maio. Na comparação mensal, o índice subiu 0,3%.

O resultado veio em linha com o esperado pelo mercado e representa uma desaceleração em base anual frente ao mês de abril, quando o PCE registrou crescimento de 4,9%.

O núcleo do PCE exclui preços mais voláteis, como os de alimentos e energia. Quando considerados estes preços, a inflação americana foi de 0,6% na base mensal e 6,3% na anual.

O dado da inflação de maio nos EUA, apesar de estar linha com as expectativas de mercado, fez os índices americanos fecharem em queda: a Dow Jones recuou 0,80%, S&P desacelerou 0,86% e Nasdaq caiu 1,33%.

“A inflação menor é indício de que a atividade econômica nos Estados Unidos está desacelerando”, disse Meira. “O dado ruim nos EUA fez o mercado lá fora desabar e consequentemente teve mais pressão no Ibovespa nesta sessão.”

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