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Petrobras e Vale despencam com commodities

Queda nos preços do petróleo Brent e do minério de ferro na China levaram à queda de 5,1% dos papéis da petroleira e 2,9% da mineradora. Índice, por sua vez, recuou 1,68%

Mercado financeiro

Com o desempenho desta terça-feira, o Ibovespa acumula ganho 7,09% em agosto e, na semana, queda de 1,66%. No ano, porém, a valorização é de 5,47% | Foto: Getty Images

O Ibovespa, principal índice da Bolsa brasileira, fechou em queda nesta terça-feira, 30. Após abrir em leve alta, a Bolsa passou ao terreno negativo seguindo os índices americanos, que também encerraram o dia em baixa, e puxada pelas ações ligadas às commodities.

O índice perdeu 1,68%, aos 110.430,64 pontos, com volume de negociação de R$ 24,20 bilhões. Com esse desempenho, o Ibovespa acumula ganho 7,09% em agosto e, na semana, queda de 1,66%. No ano, porém, a valorização é de 5,47%.

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Depois de recuar levemente na sessão de segunda-feira, o mercado acionário americano fechou pelo terceiro dia seguido em queda. O Dow Jones recuou 0,96%, aos 31.790,87 pontos; S&P 500 caiu 1,10%, aos 3.986,16 pontos; e Nasdaq perdeu 1,12%, aos 11.883,14 pontos.

Os investidores estão temerosos de uma recessão mundial e fogem de ativos de risco, como o mercado acionário. Com isso, as bolsas do mundo operaram sem grandes ganhos com o mercado ainda em busca de pistas sobre a condução da política monetária nas grandes economias, como os Estados Unidos e Europa.

As medidas do Banco Central Europeu (BCE) para conter a maior inflação do bloco dos últimos 40 anos estão no radar dos investidores.  A autoridade também sinalizando que pode apertar mais a política monetária

As apostas do mercado é de que o BCE deve elevar os juros em 75 pontos-base em 8 de setembro, não em 50 pontos-base. Alguns dirigentes vieram a público nos últimos dias e mencionaram a importância de agir com contundência para conter a inflação.

Nos EUA, o presidente do Federal Reserve (Fed, banco central americano) de Minneapolis, Neel Kashkari, disse à Bloomberg que estava satisfeito com a reação dos mercados ao discurso mais duro do presidente do BC americano, Jerome Powell, na sexta-feira. Segundo Kashkari, a reação mostra que os investidores entendem a força do compromisso do Fed para conter a inflação.

Para Marcus Labarthe, sócio-fundador da GT Capital, o aumento do receio de mais altas de juros pelo Fed além do esperado, inflação alta e, consequentemente, risco de diminuição da demanda por petróleo, fizeram também com que o petróleo perdesse força puxando o índice para baixo.

“Os investidores também acompanham com temor o aumento de risco de recessão na zona do euro. Uma declaração do economista-chefe do BCE, Philip Lane, afirmando que a economia da zona do euro deve sofrer uma desaceleração econômica pesou nos mercados como um todo”, disse Labarthe.

Impacto das commodities

Os papéis da Vale e Petrobras também pressionaram o Ibovespa para o vermelho. A estatal, que ontem, teve grandes ganhos com a alta forte do petróleo, fechou a terça-feira no terreno negativo influenciada pelos preços do Brent.

O barril do Brent fechou em queda de 4,95% e foi negociado a US$ 97,84. Com isso, os papéis da Petrobras despencaram 5,95%, negociada a R$ 32,43 (PETR4) e 5,17%, a R$ 36,29 (PETR3).

Já a Vale também opera em baixa por causa da queda do preço do minério de ferro na China. O contrato futuro mais negociado, para entrega em janeiro na Dalian Commodity Exchange da China encerrou as negociações com queda de 5%, a 682 yuans ( US$ 98,57) a tonelada.

Na Bolsa de Cingapura, o contrato de outubro mais ativo do ingrediente siderúrgico caiu 4,5%, a 97,25 dólares a tonelada. Com isso, a ação da mineradora, que tem grande peso no Ibovespa, recuou 2,90%, negociada a R$ 64,97.

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