Bolsas caem após fala dura do presidente do Fed sobre juros
O Ibovespa recuou 1,09% para 112.298 pontos; o índice acumulou alta de 0,73% na semana e de 8,85% desde o início de agosto
26/08/2022Após as falas do presidente do Federal Reseve (Fed, banco central americano), Jerome Powell, sobre a condução da polítcia monetária nos Estados Unidos, os investidores começaram um movimento de aversão ao risco. Com isso, os mercados acionários pelo mundo caíram em cascata.
O Ibovespa, principal índice da Bolsa brasileira, fechou em queda de 1,09%, aos 112.298 pontos, depois de oscilar entre 111.978 e 114.091 pontos. O volume financeiro desta sessão chegou a R$ 21,80 bilhões. O índice fechou a semana alta de 0,73% e no mês acumula ganho 8,85%. No ano, a Bolsa se valoriza 7,13%.
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O mercado acionário local seguiu os índices americanos, que também firmaram a queda após o discurso de Powell. Dow Jones fechou em baixa de 3,03%, S&P 500 recuou 3,37% e Nasdaq, 3,94%.
As bolsas europeias também foram afetadas pelo temor de uma recessão mundial. O índice pan-europeu Stoxx 600 fechou em baixa de 1,68%, em 426,09 pontos. Na comparação semanal, houve baixa de 2,58%.
Na Bolsa de Londres, o índice FTSE 100 fechou em baixa de 0,70%, a 7.427,31 pontos. Na semana, ele recuou 1,63%. Em Frankfurt, o índice DAX recuou 2,26%, a 12.971,47 pontos, com queda semanal de 4,23%. Na Bolsa de Paris, o índice CAC 40 registrou queda de 1,68%, a 6.274,26 pontos, com perda de 3,41% na semana. Em Milão, o índice FTSE MIB teve baixa de 2,49%, a 21.895,25 pontos. Na semana, houve baixa de 2,84%. Na Bolsa de Madri, o índice Ibex 35 recuou 1,51%, a 8.063,90 pontos. Em Lisboa, o PSI 20 fechou em baixa de 0,65%, em 6.203,84 pontos.
No simpósio Jackson Hole, Powell reforçou a missão da autoridade monetária em controlar a inflação nos Estados Unidos. O presidente do Fed afirmou que o registro histórico adverte fortemente contra o relaxamento prematuro da política monetária.
Segundo ele, restaurar a estabilidade de preços provavelmente exigirá manter uma postura monetária apertada por algum tempo.
“A decisão sobre um aumento da taxa em setembro será baseada na totalidade dos dados desde a reunião de julho”, disse ele, comentando sobre a possibilidade de novo aperto monetário na próxima reunião do Fed, no fim do mês que vem.
A redução da inflação provavelmente vai pedir um período prolongado de crescimento abaixo da meta, afirmou o presidente do Fed, destacando que o objetivo geral é retornar a inflação para a meta de 2% ao ano. “A taxa de juros entre 2,25% e 2,50% não é o lugar para parar”, declarou Powell. “Esses são os custos infelizes de reduzir a inflação, mas não restaurar a estabilidade dos preços significaria um sofrimento muito maior”.
Para Fabio Fares, especialista em análise macro da Quantzed, o cenário macro, tanto no Brasil como nos EUA, tem espaço para a inflação cair. “O que o Powell falou no discurso é que vai continuar subindo juros até deixar a economia restritiva contraída e a inflação se direcionar para a meta de 2%”, disse.
Segundo ele, o problema é que o mercado, na antecipação da euforia, já estava prevendo corte de juros no ano que vem. “E isso não é real. O Banco Central americano vai subir juros talvez agora de forma mais devagar de 50 em 50 pontos com mais folga”, afirmou Fares.