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Ibovespa recupera os 117 mil pontos com aumento do fluxo estrangeiro

Até o dia 21, ingressaram no país R$ 75 bilhões, o que impulsiona a alta do Ibovespa; dólar segue em queda

Bolsa

Ciclo de alta da Selic impulsiona, no curto prazo, as ações de bancos, papéis mais negociados no Ibovespa | Foto: Getty Images

O Ibovespa, principal índice da bolsa brasileira, iniciou a sessão desta terça-feira em alta. O índice rompeu a barreira dos 117 mil pontos e evoluiu 0,96%, a 117.272 pontos. depois de oscilar entre 116.156 e 117.540 pontos.

O movimento, no entanto, não foi puxado pelas ações ligadas às commodities e sim pelo aumento do fluxo estrangeiro na bolsa brasileira. Até o dia 21, ingressaram no país R$ 75 bilhões, volume maior do que o resultado de todo o ano passado, segundo Rafael Foscarini, da Belo Investment Research.

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Com a entrada de fluxo de capital estrangeiro, o dólar fechou em queda pelo quinto dia seguido, sendo cotado abaixo de R$ 5, em cerca de R$ 4,91, recuo de 0,59%. A divisa já acumula queda de 4,66% em março e de 11,85% no ano. “A bolsa brasileira está descontada em relação a outros países emergentes, e os nossos papéis estão mais baratos”, disse Foscarini.

No entanto, segundo ele, esse alívio momentâneo no mercado pode não perdurar por muito tempo. Tudo vai depender do andamento das negociações da guerra na Ucrânia, que podem levar esse dinheiro estrangeiro para outros países emergentes que tenham menor risco.

“Os fundamentos macroeconômicos do Brasil não mudaram: a inflação está alta, a expectativa de PIB é de pequena evolução, de 0,49% para 0,50%”, disse. “O que vai ditar o comportamento do fluxo estrangeiro é essa sinalização de fim da guerra, porque com isso as commodities tentem a perder valor”, disse. “Por isso, não acho sustentável esse movimento de queda do dólar que estamos vendo agora.”

O relatório Focus, diz Foscarini, também já estima que a taxa de juros deve ficar em 13% até o fim do ano. Isso, segundo ele, puxaram as ações de bancos em bloco no índice. Os papeis do Itaú subiram 1,22%, a R$ 27,32 e o Bradesco evoluiu a 1,11%, a R$ 21,87.

“O aumento da taxa de juros melhorar a performance dos bancos no curto prazo, e isso faz com que as grandes instituições puxam o Ibovespa”, disse. “No entanto, no médio e longo prazos juros altos tendem a ser muito ruim para os balanços financeiros, pois a inadimplência fica muito alta.”

Outro cenário que o mercado avalia, de acordo com Foscarini, é o eleitoral que no decorrer do ano tende a ficar mais conturbado com a proximidade das eleições. “O mercado já precifica, cada vez mais, a vitória do Lula, mas com um governo mais pró mercado.”

Para Luiz Carlos Corrêa, sócio da Nexgen Capital, além do ciclo de alta da Selic, reforçada pela ata do Copom, a redução do Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI) deram ânimo para o investidor em relação ás ações das empresas de varejo. “Bancos e varejo sustentaram a alta do Ibovespa”, disse. Os papeis das Americanas tiveram a maior alta do Ibovespa com 6,67%.

“No campo negativo, a queda do minério de ferro vem pressionando os papeis de mineradoras e siderúrgicas que apresentaram quedas consideráveis neste pregão.” Os futuros de minério de ferro de referência na bolsa de Dalian, na China, fecharam em queda de 3,6%, para 799 yuans por tonelada, por causa de medidas mais restritivas do governo chinês para conter o surto de covid-19. Com isso, a Vale fechou em queda de 2,29%, a R$ 96,60, sendo a maior baixa do Ibovespa no pregão desta terça-feira. CSN e Gerdau caíram, 1,33% e 1,68%, respectivamente.

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