Ibovespa sobe 1,03% com novos estímulos na China e retoma os 119 mil pontos
Ações ligadas a commodities como petróleo e minério de ferro subiram com decisão da China de cortar os depósitos compulsórios dos bancos
14/09/2023Embalado desde a manhã por Vale (ON +4,10%) e Petrobras (ON +2,94%, PN +2,54%), o Ibovespa obteve o quarto ganho consecutivo, em sua melhor sequência desde o intervalo de 20 a 26 de julho. Assim, o índice subiu ao maior nível de fechamento desde 4 de agosto, então aos 119.507,68 pontos. Hoje, oscilou dos 118.181,15, mínima na abertura, até os 119.748,08 pontos, na máxima do dia no fim da tarde, e encerrou em alta de 1,03%, aos 119.391,55 pontos, com giro financeiro a R$ 24,0 bilhões na sessão. Na semana, o índice da B3 avança 3,54% e, no mês, tem alta de 3,15%. No ano, acumula ganho de 8,80%.
As ações de commodities reagiram positivamente à nova iniciativa da China para estimular a própria economia – grande consumidora de insumos -, por meio de corte nos depósitos compulsórios recolhidos ao Banco Central. Perspectiva mais favorável sobre o ritmo de atividade na maior economia asiática já vinha induzindo recuperação das ações de produtores de matérias-primas, especialmente as do setor metálico, como Vale, cuja ON ainda acumula perda de 17,32% no ano – em setembro, sobe 7,74% e, na semana, 5,11%.
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Com o petróleo em alta perto de 2% nesta quinta-feira, colocando o Brent na faixa de US$ 93 por barril, as ações da Petrobras também foram bem na sessão, acumulando agora ganhos de 6,04% (PN) e 8,43% (ON) no mês – em 2023, avançam respectivamente 69,86% e 60,87%. Na ponta do Ibovespa na sessão, além de Vale e Bradespar (+5,17%), destaque também para CSN (+3,65%), CSN Mineração (+3,26%) e Cosan (+3,19%).
No lado oposto, destaque para a queda de 18,92% em Via, ação que passou por sete leilões ao longo da sessão, por ter atingido a oscilação máxima permitida, em meio à reação negativa dos investidores à precificação de R$ 0,80 por ação no follow on de papéis da companhia.
No exterior, os dados da economia dos Estados Unidos sugerem manutenção dos juros do Federal Reserve na semana que vem. O núcleo do índice de preços ao produtor (PPI) nos Estados Unidos teve variação quase em linha com a expectativa para o mês de agosto. Também pela manhã, foi divulgada a leitura semanal sobre pedidos iniciais de auxílio-desemprego, em leve alta frente ao intervalo anterior, mostrando certo arrefecimento do mercado de trabalho americano. Por outro lado, as vendas do varejo nos Estados Unidos vieram bem acima do esperado para agosto, em alta de 0,6%.
Na próxima quarta-feira, também haverá a decisão sobre a política monetária no Brasil, com reunião do Copom no mesmo dia da decisão do Federal Reserve, na chamada superquarta.
Dólar fecha abaixo de R$ 4,90 pela primeira vez no mês
O dólar à vista emendou nesta quinta-feira, 14, a segunda sessão consecutiva de queda firme no mercado doméstico de câmbio e fechou abaixo da linha de R$ 4,90 pela primeira vez desde 30 de agosto. Operadores atribuíram a baixa do dólar a desmonte de posições defensivas no mercado futuro e a fluxo estrangeiro para a Bolsa, em meio ao avanço das commodities metálicas e do petróleo, após anúncio de novos estímulos monetários na China.
O real apresentou o melhor desempenho entre as principais moedas globais, incluindo divisas fortes e emergentes. Ativos de risco se beneficiaram da aposta quase unânime em manutenção da taxa básica americana pelo Federal Reserve em seu encontro de política monetária na próxima semana, apesar de a inflação ao produtor (PPI, na sigla em inglês) e as vendas no varejo nos Estados Unidos em agosto terem superado as expectativas.
Em baixa desde a abertura, o dólar à vista furou o piso psicológico de R$ 4,90 na primeira hora de negócio e registrou mínima a R$ 4,8628 pela manhã. No fim do dia, a moeda recuava 0,91%, cotada a R$ 4,8727. Com as perdas ontem e hoje, a divisa já acumula desvalorização de 2,21% na semana. (AE)