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Ibovespa fecha em queda forte com Petrobras, BB e BC mais contracionista

A Bolsa caiu 2,17%, aos 109.763 pontos, pressionada por ações de estatais e recado do Banco Central sobre nova alta de juros

Ibovespa

Ibovespa foi pressionado para o terreno negativo pelas ações da Petrobras e Banco do Brasil, que têm grande peso no índice | Foto:  Getty Images

O Ibovespa, principal índice da Bolsa brasileira, fechou em queda forte na volta dos negócios no mercado acionário em Nova York e com o mau desempenho de ações de empresas estatais e fala mais dura do presidente do Banco Central do Brasil, Roberto Campos Neto.

A Bolsa caiu 2,17%, aos 109.763 pontos, depois de oscilar entre 109,348 e 112.202 pontos. O volume financeiro girou em R$ 27,20 bilhões. Com esse resultado, o índice acumula ganho de 0,22% em setembro e no ano sobe 4,71%. 

A grande pressão no Ibovespa nesta sessão foram as ações da Petrobras e Banco do Brasil, que despencaram e têm grande peso no índice. A petroleira fechou em queda de 3,69% (PETR4) e 3,52% (PETR3). Já a o banco estatal recuou 4,80%.

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Os índices americanos, na volta do feriado do Dia do Trabalho nos Estados Unidos, fecharam em queda. Dow Jones perdeu 0,54%, S&P, 0,40% e Nasdaq caiu 0,74%.

No mercado local, o mercado foi pego de surpresa com a fala mais dura do presidente do BC, Campos Neto, de que o Comitê de Política Monetária (Copom) pode fazer mais uma elevação residual na Selic na reunião deste mês.

“Aproveitamos eventos como esse para nos manifestar e a mensagem que continua valendo hoje é a do último Copom, que a gente disse que avaliaria um possível ajuste final”, disse Campos Neto durante o evento Valor 1000, do jornal Valor Econômico, em São Paulo.

O diretor de Política Monetária do Banco Central, Bruno Serra, reforçou que a postura do BC dos próximos trimestres é de “guarda alta”. “Na ausência de um choque positivo, é desafiador ver o processo de desinflação na velocidade que queremos, que é bastante alta para os padrões históricos do Brasil. É uma coisa que temos que acompanhar de forma vigilante”, reafirmou.

Nesta semana, começaram as mudanças implementadas na diretoria da Petrobras após a posse do novo presidente, Caio Paes de Andrade. A mudança, comunicada ontem ao mercado, ocorre na diretoria de Transformação Digital e Inovação: sai Juliano de Carvalho Dantas e entra Paulo Palaia, ex-diretor da Gol.

O executivo é próximo de Paes de Andrade e tem currículo robusto na área, o que blindaria a indicação. A tendência é de que esta seja a primeira de uma série de trocas na diretoria.

Além de questões internas, a Petrobras também sofre com a cotação do petróleo que recua nesta sessão. O barril do Brent opera em queda de 3,44% e é vendido a US$ 92,45.

No cenário externo, os olhos dos investidores se voltam para a Europa. Nesta semana, o Banco Central Europeu deve anunciar mais uma alta de juros para tentar conter a escalada da inflação no bloco econômico.

O dirigente do BCE, Yannis Stournaras, publicou um artigo na revista Eurofi, Stournaras em que avalia que a inflação na zona do euro está próxima do pico e deve iniciar uma “firme desaceleração”, em meio à estabilização dos preços de energia e o arrefecimento dos gargalos globais de oferta.

Ele afirmou que o cenário permitirá que o BCE promova uma “normalização progressiva” dos juros, com a decisão tomada a cada encontro.  

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