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Temor de recessão pesa e Ibovespa perde os 108 mil pontos

A Bolsa recuou 0,73%% aos 107.664 pontos, depois de oscilar entre 106.243 e 108.448 pontos; o volume financeiro desta sessão girou em R$ 28,50 bilhões

Mercado financeiro

Ibovespa acompanhou os índices americanos que também fecharam em queda firme após os EUA entrarem em recessão técnica | Foto: Getty Images

O Ibovespa, o principal índice da Bolsa brasileira, fechou em queda nesta quinta-feira acompanhando o mau humor dos mercados externos, com os investidores avaliando os dados econômicos, principalmente dos Estados Unidos.

A Bolsa recuou 0,73% aos 107.664 pontos, depois de oscilar entre 106.243 e 108.448 pontos. O volume financeiro desta sessão girou em R$ 28,50 bilhões. Com o resultado deste pregão, o índice acumula perda de 3,63% na semana e de 1,70% em setembro. No ano, o Ibovespa sobe 2,71%.

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O referencial local acompanhou os índices americanos que também fecharam em queda forte após os Estados Unidos entrarem em recessão técnica. O Produto Interno Bruto (PIB) recuou novamente no 2º trimestre. Dow Jones caiu 1,54%, S&P 500, 2,09% e Nasdaq, 2,84%.

O foco dos investidores foram os dados econômicos dos Estados Unidos divulgados nesta quinta-feira. Na terceira leitura do PIB americano para o segundo trimestre mostra que a economia encolheu 0,6%, como a estimativa do mercado.

Como o PIB dos EUA já havia encolhido 1,6% no primeiro trimestre, a nova queda entre abril e junho significa que a maior economia global entrou em “recessão técnica”.

O Departamento do Comércio informou o índice de preços de gastos de consumo (PCE, na sigla em inglês), também para o período de abril a junho, que subiu 7,3% ante alta de 7,1% no trimestre anterior. O núcleo do PCE aumentou 4,7%. O PCE é a medida de inflação preferida do Federal Reserve (Fed, banco central americano).  

Já os pedidos de seguro desemprego da semana até o dia 24 caíram a 193 mil, ante 215 mil na semana anterior.

Leandro Petrokas, Diretor de Research e sócio da Quantzed, disse que o grande destaque de hoje fica para os dados de pedidos de seguro desemprego nos EUA, que vieram abaixo da estimativa mostrando uma força de trabalho forte. “Então, continua um mercado aquecido nos EUA, o que gera preocupações com a inflação”, avaliou.

Petrokas ressaltou, ainda, que falas mais duras de dirigentes do Fed também fizeram o mercado operar com aversão ao risco nesta sessão. “O Fed disse que a recessão não vai fazer com que pare de elevar as taxas, ou seja, aumenta o risco de recessão por conta dessa alta de juros no mercado americano”, afirmou o analista.

Segundo ele, essa postura traz muita incerteza e os investiores exigem mais prêmios para correr risco. “Isso deprecia o valuation das empresas e as consequências são espalhadas pelo mundo tendo em vista a relevância do EUA na economia mundial.” 

No mercado local, os investidores avaliaram as revisões das estimativas dos dados econômicos feitos pelo Banco Central do Brasil (BC) para este ano, 2023 e 2024.

De acordo com as perspectivas, a inflação medida pelo Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) deve atingir 5,8% neste ano, enquanto em 2023 é de 4,6% e, em 2024, de 2,8%.

Segundo o BC, o cenário de referência utiliza juros conforme o Relatório Focus e o câmbio atualizado de acordo com a Paridade do Poder de Compra (PPC).

Além disso, considera que o preço do barril de petróleo deve seguir aproximadamente a curva futura nos próximos seis meses, subindo 2% ao ano na sequência. Para a bandeira tarifária de energia, a hipótese considerada é verde no fim deste ano e amarela no final de 2023 e 2024.

Já para o crescimento da economia, o BC elevou sua estimativa para alta do Produto Interno Bruto (PIB) de 2022, de 1,7% para 2,7%.

“A surpresa no crescimento do segundo trimestre, os resultados iniciais do terceiro e estímulos não contemplados no RI anterior – notadamente o aumento do valor do benefício do Auxílio Brasil e o arrefecimento da inflação, resultante, em grande medida, da redução de tributos sobre combustíveis, energia e serviços de comunicação – são os principais fatores para a revisão”, diz o BC. “Estes mesmos fatores indicam nova expansão do PIB no terceiro trimestre, mas em magnitude menor do que a observada nos últimos três trimestres.” (Com AE)

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