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Bolsa cai 1,79% com commodities e temor de recessão global

Índice foi afetado pelos sinais de recessão global e por dados ruins da China, que pesaram em papéis de empresas de matérias primas

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O dado de exportação da China faz o investidor ter mais aversão ao risco afetando economias emergentes, como o Brasil | Foto: Getty Images

Os mercados ainda estão temerosos quanto a uma possível recessão da economia mundial. Bolsas da Ásia, Europa e Estados Unidos caíram nesta segunda-feira e com o Ibovespa, principal índice da Bolsa brasileira, não foi diferente.

O índice recuou mais de 1% nesta sessão, puxado pela aversão ao risco e pela queda dos papéis ligados às commodities, como Vale e Petrobras, que têm grande peso no Ibovespa. A bolsa despencou 1,79%, aos 103.250 pontos, retornando ao patamar de janeiro deste ano.

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Segundo Rafael Foscarini, da Belo Investment Reserach, o dado de exportação da China, que veio abaixo do esperado pelo mercado, fez o investidor ter mais aversão ao risco afetando economias emergentes, como o Brasil.

O crescimento das exportações da China desacelerou novamente em abril, desta vez atingindo o nível mais baixo em quase dois anos. As exportações avançaram 3,9% no mês, na comparação interanual, informou a Administração Geral das Alfândegas do país nesta segunda-feira (9). Em março, o crescimento foi de 14,7%.

As importações chinesas, por sua vez, ficaram estáveis em abril, em relação ao mesmo período de 2021. Em março, a China importou 0,1% a menos no comparativo anual.

O superávit comercial da China totalizou US$ 51,1 bilhões em abril, acima dos US$ 50,3 bilhões projetados pelo mercado e dos US$ 47,38 bilhões computados em março.

“O dado de exportação da China veio bem baixo e isso coloca em xeque o plano de crescimento do governo chinês em 5,5%”, disse Foscarini. “A China seria uma esperança para retomada da economia global, tendo em vista que a Europa está com dados bem fracos e as Estados Unidos começaram a desacelerar e a aumentar juros.”

Segundo ele, essa desaceleração chinesa pesa, principalmente, nos negócios da Vale e de outras mineradoras, que têm na China o maior cliente. O preço do minério de ferro, no porto de Qingdao, caiu 6,18% nesta segunda-feira e foi negociado a US$ 129,92 a tonelada. Com isso, os papéis da Vale recuaram 4,34%.

Para Marcelo Oliveira, CFA e fundador da Quantzed, outro fator que pesa nos mercados pelo mundo é a guerra, que não tem sinal de solução e levam a economia mundial para o cenário negativo.

“Tanto a guerra como o lockdown severo na China minam qualquer chance de recuperação no cenário global porque dependemos muito das cadeias de produção e exportação chinesas e, também, das regiões da Rússia e Ucrânia”, disse Oliveira. 

Segundo ele, o maior problema nesse cenário é a perda de perspectiva para a economia mundial. “Tivemos uma sequência de acontecimentos como Covid e guerra. Agora as palavras mais ditas são “recessão” e “estagflação”.”

Oliveira ressalta ainda a queda dos preços do petróleo, que além do recuo da demanda mundial, também é afetado pelo reajuste da Arábia Saudita, que vai vender petróleo mais barato para Noroeste Europeu e Ásia.

“Minérios derretendo por causa de atividade baixa na China”, disse. “O gringo está no modo sobrevivência e se tem dinheiro aqui no Brasil, vai tirar por proteção.”

O barril do Brent, o óleo referência mundial, se desvalorizou em 5,74% e foi negociado a US$ 105,94. Os papéis da Petrobras, com isso, recuram mais de 2%, o PETR4, a 2,87% e o PETR3 a 4,23%.

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