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Ameaça de recessão leva o dólar à maior alta semanal em dois meses

Moeda americana acumula alta de 2,17% na semana, cotada a R$ 5,31; Bolsa retorna aos 109.280 pontos após quatro pregões em queda

Mercado financeiro

Bolsa fechou em queda, com investidores à procura de pistas sobre os juros nos EUA; dólar teve a segunda sessão seguida de alta | Foto: Getty Images

Com medo cada vez maior de recessão global, os investidores buscaram ativos mais seguros nos últimos dias como o dólar, que teve mais uma sessão de valorização frente ao real na sexta-feira. A moeda americana avançou 0,38% e foi vendida a R$ 5,25, depois de atingir a cotação máxima no dia de R$ 5,31. Com o resultado, o dólar acumula alta de 2,17% na semana e 1,11% no mês. Com o desempenho, a moeda norte-americana fechou a semana com alta de 2,17%, no maior ganho semanal desde a segunda semana de julho.   

O Ibovespa, principal índice da Bolsa brasileira, seguiu os mercados externos e recuou na última sessão da semana. A Bolsa fechou em queda de 0,61%, aos 109.280 pontos, depois de oscilar entre 108.488 e 109.952 pontos. O volume financeiro da sessão foi de R$ 39,3 bilhões. Com o resultado do pregão desta sexta-feira, o Ibovespa acumulou perda de 2,69% na semana. Já em setembro, o índice tem ganho de 0,22% e no ano sobe 4,25%.

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O mercado acionário local foi afetado pelo comportamento dos índices americanos que também fecharam no terreno negativo nesta sessão. Dow Jones caiu 0,45%, S&P 500 recuou 0,72% e Nasdaq, 0,90%. Na semana, Wall Street também acumulou perdas: Dow Jones baixou 4,46%, S&P 500, 5,17% e Nasdaq, 5,97%.

Os investidores ainda avaliaram os dados econômicos dos Estados Unidos, divulgados esta semana, que não deram um norte para as estimativas de alta da taxa de juros americana.

Para Cassiano Konig, sócio-fundador da GT Capital, o Ibovespa recuou em dia de aversão a risco acompanhando as bolsas globais. “Após a repercussão em relação ao aumento da inflação nos EUA, que veio acima do esperado, na última terça-feira, o mercado foi contaminado e desencadeou um sell-off ao longo da semana. A insegurança em relação a novas altas de juros por parte do Fed causa temor nos mercados”, disse Konig.

Na próxima quarta-feira, vai acontecer a reunião do Fed e no mesmo dia o Copom divulga a taxa básica de juros aqui no Brasil. Konig ressaltou que pode haver um aumento de 0,25% por parte do Banco Central no Brasil com o objetivo de tentar conter a volatilidade externa. “Nos EUA, deve haver um aumento de 0,75 a 1 ponto percentual pelo Fed. Com isso, os mercados entram no modo de alerta com a possibilidade de vir uma sinalização mais forte da autoridade monetária americana.” 

Nesta sexta-feira, foi divulgado, também, um levantamento da Universidade de Michigan sobre a expectativa de inflação nos Estados Unidos para os próximos 12 meses. A pesquisa de agosto mostrou que os consumidores esperam que os preços para o período subam 4,8%.

Já com relação à inflação para os próximos 5 anos, a expectativa é que o índice fique em 2,80%, ainda acima da meta buscada pelo Federal Reserve (Fed, banco central americano) de 2%, mas abaixo dos 2,90% do levantamento de agosto.

Nesta semana, foram divulgados a inflação para o consumidor (CPI) e a inflação ao produtor (PPI) nos Estados Unidos. Os indicadores vieram controversos, o que deixaram os investidores em compasso de espera para a decisão do Fed na próxima semana.

“É importante mencionar que o contexto mundial de inflação alta e dados mais frágeis da China, EUA e Europa têm levado os investidores a buscar ativos de menor risco, como a renda fixa que vem oferendo excelentes taxas nos títulos públicos”, disse ele.  

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