Ibovespa sobe e rompe a barreira dos 100 mil pontos após decisão do Fed
Nesta sessão, o índice subiu 1,67% aos 101.437 pontos, depois de oscilar entre 99.771 e 101.471 pontos; o volume financeiro girou em R$ 18,7 bilhões
27/07/2022O Ibovespa, principal índice da Bolsa brasileira, fechou em alta após alívio do mercado com a decisão de juros pelo Federal Reserve (Fed, banco central americano). A Bolsa avançou mais de 1% e rompeu o limite psicológico dos 100 mil pontos.
Nesta sessão, o índice subiu 1,67% aos 101.437 pontos, depois de oscilar entre 99.771 e 101.471 pontos. O volume financeiro girou em R$ 18,7 bilhões. Com o resultado, acumula a Bolsa alta de quase 3% no mês, mas perde na mesma proporção no ano.
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Assim como o Ibovespa, os índices americanos também avançaram em bloco. Dow Jones fechou em alta de 1,37%, S&P 500 evoluiu 2,54% e Nasdaq, 4,06%.
O mercado não foi surpreendido com a decisão de juros do Fed, que anunciou uma alta de 0,75 ponto percentual, em vez de cenário de 1 ponto percentual completo, uma vez que dados de preços de junho vieram melhores do que o esperado. Com isso, o intervalo de juros nos Estados Unidos passou para 2,25% a 2,50% ao ano.
Em ata, o comitê informou que busca alcançar o máximo de emprego e uma inflação em 2% no longo prazo. “O Comitê está fortemente comprometido em devolver a inflação à meta de 2%. O Comitê está preparado para ajustar a orientação da política monetária caso surjam riscos que possam impedir a consecução dos objetivos do Comitê”, informou.
Para Marcelo Oliveira, fundador da Quantzed, o Fed divulgou um discurso duro destacando a preocupação com a inflação. “Mesmo com dados de atividades mais leves tanto de gastos e produção, o mercado de trabalho está muito aquecido com taxa de desemprego baixa e com a inflação permanecendo elevada”, disse Oliveira. “Além disso, a guerra entre Rússia e Ucrânia continuam criando forte pressão na inflação. Então, o FED continuará atento aos dados de inflação e possivelmente teremos próximas altas.”
Para ele, este aumento já estava precificado e não surpreende o mercado. “A decisão deixou o S&P animado. O dólar cai frente aos pares com as apostas de que a taxa final não será mais 3.5/4.0 e sim algo entre 3.0/3.5. Devemos ter alta em 50 p.p na próxima reunião”, disse Oliveira.
Os mercados, no entanto, intensificaram o movimento de alta após a fala do presidente do Fed, Jerome Powell. Segundo ele, a autoridade monetária só irá interromper o cliclo de altas de juros quando tiverem evidências fortes de que inflação está diminuindo e se movendo para caminho de baixa. “O ritmo vai depender de dados futuros e que não será necessário manter essa elevação de 75 p.p e podemos ter aumentos menores nas próximas reuniões”, dise Oliveira.
Esta postura, de acordo com Oliveira, foi a novidade que fez o mercado se animar e o dólar cair. “Powell assumiu que está vendo evidências de que a faixa entre 2.00/2.50 é a faixa neutra de juros. O mercado tinha os juros neutros na faixa de 3.0%. E agora para o Fed, o nível de 3.0/3.5% é moderadamente restritivo e a autoridade pretende levar a taxa até dezembro de 2022.”
Já as commodities operam de lado nesta quarta-feira. O minério de ferro negociado em Qingdao, na China, fechou estável nesta quarta-feira, 27, cotado exatamente no mesmo preço da véspera, a US$ 112,04 por tonelada, de acordo com a Fastmarket.
No mercado futuro em Dalian, o contrato com entrega para setembro registrou alta de 2,41%, a 744,50 yuans, o equivalente a US$ 110,26 a tonelada. Apesar do desempenho estável da commodity, a Vale subiu levemente 0,23%.
O petróleo tipo Brent fechou em alta de 2,22%, sendo negociado a US$ 101,67 o barril. Os papéis da Petrobras seguiamm em queda, sendo afetados pela nova reunião do Comitê de Administração da companhia que deve definir uma nova política de preços da estatal, viraram o rumo e subiram. O PETR4 avançou 1,10% e o PETR3, 0,65%.