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Bolsa fecha a semana no vermelho com aversão ao risco

Na sexta-feira, o Ibovespa avançou 0,42% para 110.864 pontos, depois de oscilar entre 110.408 e 112.264 pontos; na semana caiu 1,28%

Mercado financeiro

O desemprego subiu nos EUA, indicando que a inflação está arrefecendo, o que reduz as apostas em aperto maior de juros no dia 21 de setembro | Foto: Getty Images

A alta de 0,42% do Ibovespa, principal índice da Bolsa brasileira, na sexta-feira, 2, não foi suficiente para diminuir as perdas acumuladas da semana, de mais de 1%.

Na sexta-feira, a Bolsa avançou 0,42% aos 110.864 pontos, depois de oscilar entre 110.408 e 112.264 pontos. O volume financeiro girou em R$ 33,5 bilhões. Já na semana o Ibovespa caiu 1,28% e no ano, no entanto, acumula ganho de 5,76%.

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Nos Estados Unidos, o mercado acionário, que também estava otimista até o início da tarde de sexta-feira com os dados do Payroll, mudou o humor e fechou no terreno negativo. Dow Jones recuou 1,07%, S&P 500,1,07% e Nasdaq, 1,31%. Na semana, os índices também apresentaram perdas: Dow Jones, 2,31%, S&P 500, 2,75% e Nasdaq, 3,24%. Esta foi a terceira semana seguida de queda em Nova York.

Hoje, foram divulgados os dados de emprego no país que mostraram a criação de emprego acima da expectativa de mercado, que era de 300 mil novas vagas de trabalho.

O Payroll apontou a criação de 315 mil vagas de trabalho nos Estados Unidos em agosto, de 526 mil em julho. O relatório apontou que a taxa de desemprego está em 3,7% e a expectativa do mercado era de estabilidade em 3,5%.

O salário médio subiu 0,31% em agosto, ante previsão de alta de 0,40%. Na base anual, a evolução da renda é de 5,20%, ante consenso de 5,3%.

“O lado bom que o mercado gostou e fez bem para a bolsa brasileira é que os ganhos com as horas trabalhadas vieram abaixo do esperado: 0,3% contra 0,4%, menos dinheiro na mão do trabalhador”, disse Fabio Fares, especialista em análise macro da Quantzed.

Segundo ele, o desemprego subiu o que mostra que, apesar do mercado de trabalho apertado, há sinais de que a inflação está arrefecendo um pouco, o que ajuda a condução da política monetária nos Estados Unidos.

“Isso trouxe um ânimo para o mercado, que vai virar os olhos para o dia 13, em que temos os dados do CPI, o número de inflação”, afirmou Fares.

A aposta do economista é de com este dado de emprego o CPI deve vir em linha ou até um pouco abaixo do dado anterior. “O Fed (Federal Reserve) pode ter total tranquilidade para, na reunião de setembro, surpreender o mercado e subir os juros só em 50 pontos-base e não em 75 pontos. Com isso, pode ganhar tempo e manter esse ritmo de 50 até o fim do ano levando a taxa para 4%.”

“Houve espera pelo payroll, dados que contribuem para uma ‘clareada’ sobre o Fed e que podem ser chave para a decisão, para a magnitude do aumento de juros na próxima reunião”, diz Harada, da Blackbird, acrescentando que o mercado de trabalho nos Estados Unidos tem se mantido aquecido mesmo com as elevações de juros efetivadas nos últimos meses, o que vinha contribuindo para consenso em torno de aumento de 75 pontos-base para a taxa de juros do Federal Reserve em setembro.

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